Sábado de manhã. Tínhamos ido visitar o padrinho do guri.
Ficamos até depois da meia-noite, e ele não quis dormir até chegar em casa. Por
conta disso, não acreditei quando vi que eram 7:30h e ele já estava nos
chamando. Acordei trançando as pernas como se tivesse bebido um barril de chope
e fui até o quarto dele. “Totô! Totô!”, repetia ele. “Tá bom, tá bom, já vou te
trocar”, disse eu, já sentindo o cheiro. Quando cheguei até a cama, com a visão
ainda turva, vi a calça dele semi-arriada, com um dos lados da fralda aberto.
Arregalei os olhos e vi o lençol da cama carimbado de uma ponta a outra. Quis
chorar. Ele ria. Corre até o banheiro pra dar um banho antes mesmo das oito da
manhã, carregando ele como se fosse algum tipo de elemento tóxico e perigoso.
Depois de dar banho e um leitinho quente de café da manhã, ele pediu para ir
dormir de volta. Corre mais uma vez para tirar a roupa de cama suja de “totô” e
colocar uma nova. Coloquei ele pra dormir. Ele dormiu até as 11h. Eu, em
contrapartida, permaneci acordado, pensando “é sábado de manhã”.
Paternidade é feita dessas pequenas coisas também.