segunda-feira, 23 de maio de 2016

Os tipos de pai


Na minha concepção, existem basicamente dois tipos extremos de pai: o pai grude e o pai provedor. “Nossa, você está generalizando!”, pode ser a reação do ativista de Facebook, mas calma, crianço, eu explico.

O mal do século


Dentro dessas duas classes, existem vários níveis e balanços, de forma que é possível um pai ser são 50% grude e 50% provedor, mas essa divisão é importante para exemplificar a forma que os pais agem com seus filhos. Isto posto, você pode perguntar “mas o que você quer dizer com ‘pai provedor’ e ‘pai grude? É simples:


Pai Provedor

Definição: trabalha para dar tudo do bom e do melhor para os filhos, nem que signifique trabalhar até tarde, ter dois empregos (Julius mandou um abraço) ou ficar na empresa nos fins de semana. Chega em casa exausto, dá um beijo na esposa, um abraço no filho e deita no sofá, louco para relaxar. Não se importa de deixar os filhos com a mãe ou a sogra para poder sair sozinho com a esposa. Responde as investidas da criança sedenta por atenção com frases curtas do tipo “legal, filho”, “que lindo” e “é mesmo? Puxa!”.


  • Prós: Alto potencial de dar ao filho saúde e educação de qualidade; consegue assistir todos os jogos de futebol que quer; não precisa trocar o terno do trabalho logo antes de sair para uma reunião importante porque o bebê acidentalmente vomitou leite na lapela;

  • Contras: Perder as pequenas conquistas do crescimento da criança; confundir o nome dos filhos por não lembrar que o loirinho que é o Luiz; chorar de desespero quando precisa trocar uma fralda de cocô; tentar um galanteio romântico na esposa no fim da noite e ouvir um “hoje não, estou muito cansada”.

  • Possíveis dificuldades: Não saber responder quantos anos o filho X tem ou em que série da escola ele está; Se ver obrigado a comprar carinho dos filhos com presentes e viagens quando finalmente perceber que, para eles, você é só um banco; ouvir a esposa reclamar que não a ajuda o suficiente.
Exemplo de pai provedor

Pai Grude

Definição: independente de sua ocupação, gasta todo o tempo livre possível para ficar com o(a) filho(a), desde ficar com o rebento no colo até brincar com seus brinquedos ou assistir desenhos com ele(a). Larga a criança apenas para comer, ir ao banheiro e quando ela está dormindo. Às vezes nem quando está dormindo.


  • Prós: Participa ativamente do crescimento da criança; ajuda mais a mãe; sabe se virar com a criança em caso de alguma adversidade.

  • Contras: Alto potencial de mimar a criança; alto potencial de ser super protetor; não reserva muito tempo para si ou para sua cônjuge.

  • Possíveis dificuldades: Não conseguir terminar aquela série que está na quarta temporada e você só viu o episódio piloto; Esquecer de reservar o restaurante para o aniversário de casamento; Começar a falar palavras como “auau” e “popô” em conversas corporativas e sociais; ouvir a esposa reclamar que não a ajuda o suficiente (sim, esse o pai vai ouvir de qualquer forma. É uma constante).
Exemplo de mãe/pai grude



Duvido que haja algum pai que seja 100% de um jeito ou de outro. No máximo, deve ter algum que é 99% grude, mas aquele 1%... (sim, eu escrevi isso só pra poder fazer a piada do Safadão. Me desculpem).

99% das pessoas que fazem piadas com porcentagem usam o Safadão, mas aquele 1%...


Continuando… Creio que o importante é tentar encontrar um bom balanço entre os dois tipos, de forma que se adapte tanto à necessidade de atenção e carinho da criança quanto da saúde mental e social própria e do casal. Algumas crianças tendem a ser mais carentes, enquanto outras gostam de ter sua independência. Cabe aos pais analisar o comportamento do filho e moldar o seu modo de agir, mas sem nunca esquecer que é muito importante ter um tempo para si. Além do mais, como diz esse ótimo artigo, a criança não pode ser o centro das atenções na casa. Por isso, seja grude, seja workaholic, mas acima de tudo, seja presente.


“Ah, e quanto aos pais ausentes ou que não ajudam em nada?”... Bem, sobre esses, vou deixar o meu bróder Beethoven dizer o que eu penso:



quinta-feira, 12 de maio de 2016

As definições de segurança foram atualizadas com sucesso


Esse é um repost, mas um repost diferente. Faz dois meses eu comecei a ir de bicicleta para o trabalho, esperando perder os quilinhos que ganhei durante a gravidez… da minha esposa.



Nunca fui fã de usar itens de segurança, me sinto incomodado, e por isso nunca usei. Mas, ao olhar para o meu filho e pensar no quanto ele depende de mim, comprei capacete, luvas e estou esperando chegar outros itens pela internet. Também fiz, há poucos dias, um seguro financeiro para o caso de algo acontecer comigo e eu deixar o financiamento do carro no colo da minha esposa, com uma criança para criar. Então, pensando em tudo isso, lembrei do texto que fiz para o blog Vida de Gestante e Mãe e, embora muitos que assinam o blog pelo Facebook tenham me conhecido por causa desse post, imagino que alguns nunca o viram. Então, decidi postá-lo aqui para que todos tenham acesso. Se por acaso você já leu, aproveite para reler =) ===============================================================

21/10/2014

Semana passada fui levar o carro para revisão. Eu odeio fazer isso, porque o mecânico sempre vem com aquele papinho que “a rebimboca tá gasta, precisa trocar” ou que “o tanque de tungstênio precisa ser lubrificado a cada 200 km”, só para faturarem mais em cima do serviço que realmente precisa ser feito, como – por exemplo – trocar o óleo. Só que desta vez o cara jogou sujo: ao falar dos amortecedores, que – segundo ele – estavam no limite, ele proferiu a seguinte frase: “queira ou não, é uma questão de segurança, para você e para sua FAMÍLIA”. Resultado? Estou agendando a troca nesse exato momento.

Virar pai não é igual a mudar o status de relacionamento do Facebook, mas parece que você “sobe de nível” como ser humano. Agora dirijo com mais cautela e mais devagar – inclusive na rodovia que pego para ir e voltar do trabalho. Já penso duas vezes antes de marcar um compromisso, pensando que pode ser ruim tanto levá-lo junto quanto deixar ele e minha esposa sozinhos em casa. Já não ando mais descalço, com medo de pegar uma gripe – e obviamente passar a doença pra ele. Queria ir ao show do Foo Fighters, mas os 500 reais que gastaria por apenas duas horas de show servirão para a aquisição de vastos pacotes de fraldas.

E não fui só eu que mudei. Sou pai há apenas 3 meses e já perdi as contas de quantas vezes falaram para mim “agora que você é pai, não pode…” completando a frase com: “ir para noitadas”, “sair para beber”, “olhar para as mulheres bonitas na rua”, “ficar até tarde fora de casa”, “falar palavrão no estádio”, entre outros. O simples fato de ter um filho mudou não só os cuidados que tenho comigo mesmo como também a visão da sociedade em relação a mim.

Um filho é capaz de mudar completamente a vida do homem. Ele se torna mais responsável, mais cuidadoso, menos inconsequente e o faz ponderar mais sobre quais são as prioridades de sua vida. Por isso, ser pai não é para qualquer um. É preciso refletir muito sobre o que você quer fazer pelos próximos anos. Se planeja viajar para a Europa, comprar uma guitarra nova, um carro mais potente, ir para a balada toda sexta-feira ou simplesmente dormir até tarde aos domingos, pense bem se quer ter um filho. Mas pense também se tudo isso é tão importante na vida quanto a vontade de ter uma criança para chamar de sua.

Eu tinha viagem planejada com minha esposa, queria ir a shows, trocar de carro, e já entendi que todos esses planos serão adiados por alguns bons anos. Contudo, não os substituiria por nenhuma das vezes que meu filho me fez sorrir só de olhar para ele. É uma sensação que só quem é pai conhece, e que é complicada de explicar. Então, por mais cara que seja a troca dos amortecedores, ele merece, pois é para sua segurança.