Esse é um repost, mas um repost diferente. Faz dois meses eu comecei a ir de bicicleta para o trabalho, esperando perder os quilinhos que ganhei durante a gravidez… da minha esposa.
Nunca fui fã de usar itens de segurança, me sinto incomodado, e por isso nunca usei. Mas, ao olhar para o meu filho e pensar no quanto ele depende de mim, comprei capacete, luvas e estou esperando chegar outros itens pela internet. Também fiz, há poucos dias, um seguro financeiro para o caso de algo acontecer comigo e eu deixar o financiamento do carro no colo da minha esposa, com uma criança para criar. Então, pensando em tudo isso, lembrei do texto que fiz para o blog Vida de Gestante e Mãe e, embora muitos que assinam o blog pelo Facebook tenham me conhecido por causa desse post, imagino que alguns nunca o viram. Então, decidi postá-lo aqui para que todos tenham acesso. Se por acaso você já leu, aproveite para reler =)
===============================================================
21/10/2014
Semana passada fui levar o carro para revisão. Eu odeio fazer isso, porque o mecânico sempre vem com aquele papinho que “a rebimboca tá gasta, precisa trocar” ou que “o tanque de tungstênio precisa ser lubrificado a cada 200 km”, só para faturarem mais em cima do serviço que realmente precisa ser feito, como – por exemplo – trocar o óleo. Só que desta vez o cara jogou sujo: ao falar dos amortecedores, que – segundo ele – estavam no limite, ele proferiu a seguinte frase: “queira ou não, é uma questão de segurança, para você e para sua FAMÍLIA”. Resultado? Estou agendando a troca nesse exato momento.
Virar pai não é igual a mudar o status de relacionamento do Facebook, mas parece que você “sobe de nível” como ser humano. Agora dirijo com mais cautela e mais devagar – inclusive na rodovia que pego para ir e voltar do trabalho. Já penso duas vezes antes de marcar um compromisso, pensando que pode ser ruim tanto levá-lo junto quanto deixar ele e minha esposa sozinhos em casa. Já não ando mais descalço, com medo de pegar uma gripe – e obviamente passar a doença pra ele. Queria ir ao show do Foo Fighters, mas os 500 reais que gastaria por apenas duas horas de show servirão para a aquisição de vastos pacotes de fraldas.
E não fui só eu que mudei. Sou pai há apenas 3 meses e já perdi as contas de quantas vezes falaram para mim “agora que você é pai, não pode…” completando a frase com: “ir para noitadas”, “sair para beber”, “olhar para as mulheres bonitas na rua”, “ficar até tarde fora de casa”, “falar palavrão no estádio”, entre outros. O simples fato de ter um filho mudou não só os cuidados que tenho comigo mesmo como também a visão da sociedade em relação a mim.
Um filho é capaz de mudar completamente a vida do homem. Ele se torna mais responsável, mais cuidadoso, menos inconsequente e o faz ponderar mais sobre quais são as prioridades de sua vida. Por isso, ser pai não é para qualquer um. É preciso refletir muito sobre o que você quer fazer pelos próximos anos. Se planeja viajar para a Europa, comprar uma guitarra nova, um carro mais potente, ir para a balada toda sexta-feira ou simplesmente dormir até tarde aos domingos, pense bem se quer ter um filho. Mas pense também se tudo isso é tão importante na vida quanto a vontade de ter uma criança para chamar de sua.
Eu tinha viagem planejada com minha esposa, queria ir a shows, trocar de carro, e já entendi que todos esses planos serão adiados por alguns bons anos. Contudo, não os substituiria por nenhuma das vezes que meu filho me fez sorrir só de olhar para ele. É uma sensação que só quem é pai conhece, e que é complicada de explicar. Então, por mais cara que seja a troca dos amortecedores, ele merece, pois é para sua segurança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário