Ontem cortei o cabelo numa barbearia de portinha no centro da cidade. Tinha um rádio relógio tocando Chicago - If you leave me now, circulador de ar Britânia pra dissipar o calor, barbeiro de bigodão e cabelo estilo Chitãozinho e Xororó anos 80 e, no final do corte, como loção pras partes que usou navalha, passou Leite de Colônia verde. Por mais estranho que pareça, lembrei da minha infância. Na minha época de guri, não existiam cabeleireiros especializados em cortes infantis. Nada de banco de carrinho ou de cavalinho. Nada de Galinha Pintadinha passando numa TV. Nada de brinquedos, pula-pula ou piscina de bolinhas. A criança sentava num caixote de madeira e o tiozão de bigode e cabelo com mullets cortava seu cabelo como se fosse um adulto. Ainda assim, não me lembro de ter problemas ao cortar o cabelo, enquanto meu filho, mesmo com todos os brinquedos e distrações proporcionados pelo estabelecimento infantil, ainda morre de medo da maquininha. Não sei que conclusão tirar disso, mas é interessante ver o contraste gigantesco de um mesmo evento num espaço de apenas 25 anos.
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