quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Doando-se para o filho


Há uns 2 anos fui doar sangue e, quando já estava no “cantinho do lanche” para repor as energias, uma mulher - com seus possíveis 40 e tantos anos - puxou papo comigo. Quis saber se eu era doador assíduo, e eu disse que sim. Aí ela me perguntou “e qual a sua filosofia?”. Eu não entendi o que ela quis dizer, e ela se explicou “você doa por causa da carteirinha de doador, por achar que está ajudando alguém, por querer passar sua saúde para frente, por alguma questão religiosa...?”. Eu fiquei tipo assim:

o_O

Para mim, não havia motivos para NÃO doar sangue. Mas acabei respondendo que era para ajudar quem precisasse. “Se tenho de sobra, por que não ajudar quem precisa?”. Ela disse “Ah, altruísmo. Isso é bonito!”. Fui embora pensando nesse encontro esotérico, e percebi que, por mais que não quisesse admitir, a doação não tinha nada de altruísta: eu uso a carteirinha de doador para pagar meio ingresso no cinema, aproveito pra fazer um lanchinho bom (tem um achocolatado de Alpino que é sensacional) e ainda saio com aquela sensação de orgulho, mesmo que seja bem lá no fundo. Assim como, em um episódio de Friends, Joey tenta provar à Phoebe que não existe ações altruístas, eu também estava convencido que não existia altruísmo no mundo.

Sério. assistam esse episódio. Temporada 5, ep. 4.

Bem, isso até ter um filho. Só aí eu vi que o Joey não sabe de nada. A gente faz tanta coisa pro filho - desde gastar um tempo seu só pra fazê-lo rir até cuidar da saúde dele melhor do que cuida da sua própria - que não dá pra negar que existe sim uma forma de um ser humano fazer o bem a outro sem esperar nada em troca, nem se sentir bem com isso. Tudo que é feito passa por cima de orgulho, de dinheiro, de bel-prazer ou de qualquer forma de tentar ganhar algum tipo de retribuição no futuro. E essa acabou sendo a minha filosofia : garantir que aquela pessoinha está se sentindo da melhor forma possível.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Naninha: parte 2


Semana passada tive uma noite atípica: além de ter acordado no meio da madrugada com dor de cabeça e ter esquecido de guardar o carro na garagem - coisa que fui fazer às 3h30 - o meu filho acordou nesse meio tempo. Ele raramente tem despertado no meio da noite, mas nesse dia ele já estava de pé no berço e todo alegrinho, querendo brincar. Logo, embarquei numa instigante aventura, a fim de tentar fazê-lo dormir novamente.

Foi quase assim

Não entendo porque as crianças lutam tanto contra o sono, já que dormir está entre as melhores coisas que Deus criou. Quem tem filho sabe como, dependendo do dia, eles parecem entrar numa queda de braço contra a vontade de embarcar no expresso do sonhos. No caso do meu filho, dá pra saber exatamente a hora que ele desiste de vez de dormir: ele tira a chupeta, começa a mandar beijos e bater palmas. Às vezes tento deitar com ele na cama, no escuro, e fingir estar dormindo, mas apenas me torno alvo de seus tapas e puxões de cabelo - isso quando não acabo dormindo antes dele.

"...e todos viveram felizes para sempre! FIM! Boa noite, papai!"

Quando finalmente a luta termina e sono vence, chega o segundo estágio: colocá-lo naquela armadilha desconfortável, fria e cheia de espinhos chamada BERÇO. Não que ele seja assim de verdade, mas é o que parece ser aos olhos do guri, já que basta deitá-lo no berço que ele já desperta de volta, se levanta e quer continuar brincando. É necessário um timing muito perfeito para saber exatamente quando ele está num sono profundo o suficiente para não voltar a acordar e não despertar de vez, te dando trabalho por mais, pelo menos, 30 minutos.

... E a luta continua!

Contudo, acredito que toda criança tenha uma fraqueza, a sua própria kriptonita na hora de fazer dormir: tem crianças que gostam que acariciem o cabelo, outras que passem a mão em suas costas, e tem até as que curtem que passem o dedo na extensão do nariz - sim, eu já conheci uma que era assim. No caso do meu filho, o ponto fraco é a orelha - basta passar o dedão por toda a orelha, fazendo movimentos circulares, e ele logo embarca. Mas, obviamente, isso não é garantia de que será uma soneca demorada.

É como apertar o botão de desligar

Voltando à aventura que citei no início do texto, ele só pegou profundamente no sono às 5 da manhã, enquanto eu já tinha cochilado e acordado dezenas de vezes. Mas o mais impressionante é que, depois de todo esse trabalho para fazê-lo dormir, minha dor de cabeça passou. Talvez ele tenha sido o remédio que eu precisava naquele momento.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Guia passo a passo: Como ensinar seu filho a andar


O guri já está engatinhando, e pelo jeito se inspirou no The Flash, porque em um momento ele está sentado do lado do sofá e 2 segundos depois já chegou na cozinha. Então, é hora de trabalhar no próximo passo - ou melhor, nos próximos passos: ensiná-lo a andar. Além do mais, assim que ele estiver andando com as próprias pernas, poderá se livrar das botas ortopédicas durante o dia. Pensando em todos os pais e mães que também tem essa árdua tarefa pela frente, resolvi fazer mais um guia passo a passo! Aproveitem.

  • Afastar os móveis
É muito importante escolher um lugar espaçoso e sem objetos que possam machucar a criança numa eventual queda. Se você mora em um lugar com cômodos pequenos, talvez seja bom afastar os móveis para garantir uma área segura para os primeiros passos do rebento.

Cuidado com as costas - machucá-las ao afastar os móveis acabará com a diversão antes de sequer começar!

  • Andar devagar para mostrar como se faz
A criança mimetiza tudo o que você faz - desde acenar com a cabeça até mostrar o dedo do meio. Por isso, é importante andar junto com ele, mostrando como os pés devem se mover. Também pode-se colocar os pés do bebê sobre os seus e andar devagarinho, para ele entender o movimento.

Lembre-se: devagarinho.

  • Segurar as mãos
Ajude-o a se equilibrar segurando firme nas suas mãozinhas, puxando-o ou empurrando-o levemente para a direção desejada.

Puxando LEVEMENTE. Evite acidentes!

  • Respeitar o ritmo da criança
Não se afobe! Faça pequenas distâncias e sempre respeitando a velocidade da passada da criança.

Não deixe que isso aconteça

  • Respeitar o cansaço
Por mais cheias de energias que sejam, a criançada também se cansa, principalmente ao fazer um esforço que não estão acostumadas. Isto posto, fique atento aos sinais de cansaço.

Esse é um sinal de cansaço, por exemplo

  • Ensiná-lo a se levantar e a sentar apoiando-se nas coisas
Outro passo importante é fazer a criança aprender a se levantar e se abaixar, seja para subir em algum lugar, para iniciar uma caminhada ou para se sentar ao estar cansado. Ajude-o a entender quais os movimentos necessários como, por exemplo, se apoiar no sofá para se levantar ou esticar as pernas e os braços para ter impulsão.

Quedas fazem parte do aprendizado

  • Soltar uma das mãos
Quando o bacuri já estiver caminhando bem enquanto está sendo segurado pelas duas mãos, tente retirar uma das mãos e incitá-lo a caminhar dessa forma.
É importante mostrar ao seu filho que ele pode confiar em você

  • Encorajá-lo a fazer pequenos trajetos sozinho
Assim que a criança adquirir a firmeza necessária para caminhar de forma segura, encoraje-a a dar poucos passos por conta própria, tendo como incentivo esticar os braços para ela chegar até você ou colocando algum brinquedo que ela goste a uma pequena distância dela.

Obs.: coloque um brinquedo que não tenha rodas

  • Escolher uma superfície com bom atrito
Procure sempre colocar o meninote para caminhar sobre um tapete ou piso antiderrapante. Pisos de cerâmica e de madeira encerados podem não ser a melhor opção para ele adquirir a firmeza necessária nos passos.

Obs.: pista de gelo não é um lugar indicado


Garanto que, seguindo arduamente estes humildes conselhos, seu filhote irá se tornar um atleta de meia maratona - e você terá que correr atrás! Meus cumprimentos.