quinta-feira, 24 de março de 2016

O quarto de um filho


Sempre gostei de assistir filmes, e - tirando melodramas feitos apenas para as pessoas chorarem e romancinhos adolescentes açucarados - eu gosto de qualquer gênero. Por isso, durante toda uma vida de Sessão da Tarde, Cinema em Casa, Tela Quente e HBO nos tempos de maior poder aquisitivo (sem contar as visitas frequentes a locadoras), posso dizer que já assisti todo o tipo de filme existente.

Eu, quando criança

Aí ontem fui ao cinema, acompanhado de minha excelentíssima, para assistir o filme “O Quarto de Jack”. Não vou dar spoilers sobre o filme aqui, basta saber que é um filme a respeito dos cuidados de uma mãe com seu filho (o Jack) e de como o psicológico pode ser afetado tanto na progenitora quanto no pequeno bacurizinho quando ambos passam por determinadas situações complicadas. É um filme que trabalha muito o emocional e - como em tantos outros filmes que já vi - apela um pouco para a empatia do público com o menino. Mas, então, o que esse filme tem de especial para eu estar falando sobre ele?

Baseado num livro que não li

Não sei exatamente se é o filme, o meu “eu” atual ou uma mistura de ambos. Mas é fato que minha mente mudou após ser pai, e um filme desses se torna muito mais tocante do que provavelmente seria se eu tivesse assistido-o há uns 5 anos. Não só tocante, mas também que me levou a refletir sobre como tenho agido e como deverei agir com meu filho no futuro. O filme se passa basicamente sob a perspectiva do Jack a respeito do mundo a sua volta, e suas descobertas. Por isso, em várias cenas, vendo o tratamento entre mãe e filho, e o resultado que esse tratamento trouxe ao menino numa cena futura, eu pensei “será que o que tenho feito ou o que planejo fazer com meu filho terá um impacto positivo daqui a alguns anos?”. Além disso, era impossível não ver algumas atitudes daquele menino de 5 anos e não notar como meu filho de quase 2 age quase igual.

"eu tinha 4, hoje tenho 5"

Se você não assistiu, recomendo que assista, independente de ter uma criança ou não para chamar de sua. É um filme “parado”, com um ar de cult, e que talvez eu não desse a devida importância se não fosse já um pai  (bem como foi com “A Vida é Bela”, outro filme ótimo e que preciso assistir de volta). Mas ensina, de um jeito meio torto, como é importante cuidar de cada palavra que essas esponjinhas chamadas crianças absorvem - principalmente nos momentos mais traumáticos.

P.S.: Produtora de “O Quarto de Jack”, se você estiver lendo isso, aceito mimos e presentes por fazer propaganda do filme, ok?

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