quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Temos que pegar!


Sei que não é a coisa mais compreensível do mundo um adulto de 31 anos jogar via celular um game de realidade aumentada com bichinhos fofinhos, mas eu admito: sou um jogador de Pokémon Go. Pois é, por mais que a vida tente me tornar um adulto, eu não consigo deixar a minha criança interior muito longe. A minha esposa também me acompanha de vez em quando na jornada para nos tornarmos grandes mestres Pokémon, o que prova que Deus tava certo quando juntou nós dois.

Eu sou muito maduro, tá legal??

Antes que me julguem, entendam que a criação e divulgação desse joguinho ativou a minha nostalgia da infância, lembrando dos desenhos e jogos de videogame com quem gastei horas e horas da minha vida infanto-juvenil. O que eu não podia prever, na verdade, é como esse jogo me fez pensar nas coisas que gostaria de fazer com meu filho no futuro.

Calma, eu explico: por várias vezes quando eu e minha excelentíssima saímos para passear no parque e caçar os monstrinhos, vimos pais/mães com seu(sua/s) filho(a/s) jogando em conjunto, e o entusiasmo dos pequenos querendo mostrar aos pais os bichos que capturaram, junto com a alegria de poder fazer tudo aquilo com a companhia dos pais, chega a ser tocante. Queria, por um momento, que o guri tivesse mais idade pra poder nos acompanhar nessa brincadeira, mas também entendo que não é preciso colocar a carroça na frente dos bois: temos vários momentos para curtir com ele até que esteja com idade para sair por aí tal qual o Ash e pegar seus Charmanders, Pikachus e Bulbassauros.


Na verdade, o mais bacana disso tudo é ver uma interatividade entre pais e filhos sem ser forçada, sem ser “obrigação dos pais”, sem filhos num canto, com seus tablets, mexendo em seus joguinhos e seus desenhos enquanto os pais estão em outro canto, com seus outros gadgets, sem trocar uma palavra ou experiência com as crianças. Nesse mundo moderno, tem sido tão difícil ver essa interação familiar que vi no Pokémon Go - ironicamente um jogo que usa os mesmos tablets e gadgets - um exemplo a ser seguido para que as famílias possam voltar a sentirem-se mais unidas e se divertirem em companhia uns dos outros.

Mas o grupo do Whatsapp tá bombando!

“Ah, mas tem várias formas de brincar junto com os filhos sem ser com esses aplicativos inúteis!”, o “conservador anti-Pokémon Go” pode dizer. É verdade, mas você que é pai e mãe, responda com sinceridade: qual foi a última vez que passou mais de uma hora interagindo com suas crias? Não estou dizendo de levá-los no parquinho e ficar de olho enquanto eles brincam no escorregador, nem sentar do lado deles para assistir Procurando Nemo pela quinquagésima-segunda vez, mas sim BRINCAR, SE DIVERTIR junto com eles. Hoje o mundo está muito dinâmico, tudo é muito rápido, e as pessoas se entediam com muita facilidade. Por isso é bom, sempre que possível, parar por um momento e refletir no que podemos fazer para que pais e filhos tenham um entretenimento em comum. Provavelmente o Pokémon Go não vai resistir até que meu filho tenha idade para brincar conosco, mas espero, desde já, encontrar meios para perder (ganhar) uma hora de diversão com ele sempre que possível. Aceitamos sugestões!

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