sexta-feira, 5 de maio de 2017

Crianças tecnológicas


Ainda espero uma explicação científica que elucide o fato das criancinhas, por mais que nem saibam falar direito e teimem em querer comer giz de cera, já tenham tanta atração e até certa facilidade de mexer em apetrechos tecnológicos.

Pense na conversa desses dois no Whatsapp

Meu filho tem um radar absurdo para celulares: basta qualquer pessoa deixar algum aparelho esquecido no braço do sofá, em cima da estante (que ele já alcança) ou até mesmo esquecido no bolso, mas aparente o suficiente para o crianço conseguir reconhecer, e em segundos o smartphone está nas mãozinhas pequerruchas, com os dedinhos deslizando pra cima e pra baixo o que quer que esteja sendo exibido na tela. Percebendo esse fascínio, compramos para ele um tablet de brinquedo, onde ele precisa apertar nos “ícones” (que na verdade são botões) para que algum som seja emitido. Agora me pergunte se ele brinca com o tablet.
“Ele brinca com o tablet?”
Não! No máximo aperta em dois botões e esquece dele, em busca do próximo Motorola ou iPhone que esteja dando sopa.

Isso aqui? Nem interessa 

Lembro que, na minha época (fala de pessoa velha) de pequeno infante, bastava um conjunto de blocos de madeira para eu ficar distraído por horas a fio. Já uma geração à frente da minha, a mania era botões: qualquer coisa com botões - desde telefones até controles remoto, passando por teclados - era o suficiente para despertar a curiosidade, e quanto mais tecnológico, melhor. Agora nem botões servem para os nascidos pós-7x1.

Você precisa ter mais de 30 anos, no mínimo, pra saber o que é isso 

A mente humana é realmente algo fantástico. A rapidez com que a criançada aprende a forma que funcionam as tecnologias mais novas, graças à ludicidade (nem sei se essa palavra existe) dos mesmos, é de impressionar qualquer adulto. No início da vida o cérebro parece ser uma grande esponja que absorve toda e qualquer informação que possa ser relevante para o “ser humano do futuro” que seu dono será, e esse dinamismo cerebral faz com que as crianças já cresçam se adaptando com as tecnologias cotidianas, e nós, adultos, vamos ficando para trás, com nossos bloquinhos de madeira. Não existe tablet de brinquedo que possa substituir esse instinto de aprendizagem, afinal botão é algo tão “arcaico”, não é mesmo?

Um comentário:

  1. É mesmo assim... minha filhota tem um telefone verdadeiro, mas que não funciona, mas aquele não serve, pois não se vê nada na tela, agarra-o, às vezes, coloca na orelha e emite alguns sons na sua linguagem e joga-o para o lado... noutro dia foi dentro da banheira! :o

    Mas realmente fico meio que besta de olhar como ela apanha um que funcione e desliza os seus dedinhos como se soubesse o que está fazendo... o pior é que deve mesmo saber! Nós é que não!! heheh!

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