quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Grama verde, céu azul...

“… e flores vermelhas! Sorrindo para o amigo Sol, que está sempre alegre!”♫
Sim, é isso mesmo que você está imaginando: por mais que eu tenha me esforçado para que esse dia não acontecesse, ele sumariamente repousou sobre nossas vidas para se manter conosco por anos a fio. Me dói dizer isso, mas meu filho ganhou um presente musical - e o pior: ele adorou.

Acredito que seja mais pela luz vermelha piscante e pelo colorido do brinquedo, mas para que a luz pisque, é preciso que ele cante. É uma simples máquina fotográfica com um sol sorridente (que está sempre alegre) no lugar da lente, mas é o suficiente para deixá-lo calmo e concentrado mesmo quando estava incessantemente chorando.


Eis o responsável pelo meu martírio

Eu não queria que ele ganhasse brinquedos com música, pelo simples fato que as canções grudam na nossa cabeça com uma intensidade maior que A Dança da Manivela (aqui tá quente! Tá frio! Muito quente! Muito frio!) ou qualquer uma do Molejão. Eu já me peguei cantarolando esses famigerados versos dirigindo a caminho do trabalho (e com o rádio ligado), durante o banho e até mesmo pro meu filho - que é, no caso, um dos sintomas finais que indicam a impregnação total da musiquinha dentro da família.

“Assim tá bom dimaaaaaaisss!”

Eu fico cabreiro com esses brinquedos, não só por temer pela minha própria sanidade, mas porque meu lado psicótico acredita que sempre tem um motivo obscuro para essas musiquinhas existirem. Cresci numa época onde se acreditava que dentro do corpo do boneco do Fofão havia uma faca, que a boneca da Xuxa criava vida durante a noite, entre outras bizarrices. Morro de medo de tocar a música ao contrário e descobrir que, na verdade, é uma mensagem de ETs informando que serei abduzido por ouvir o segredo das galáxias, ou algo do tipo.


O_O

Ok, exagerei. Na verdade, é só egoísmo meu, não queria ficar ouvindo repetidamente as mesmas cançõezinhas chiclete por horas e horas nos dias que hão de vir. Sei que brinquedos musicais são interessantes para evoluir ritmo, criatividade e musicalidade da criança. Também sei que é muito provável que daqui a pouco tempo estarei cantarolando sonetos elaboradíssimos de Lazy Town, Meu Amigãozão e - Deus tenha piedade da minha alma - Galinha Pintadinha. Se isso é importante para o aprendizado do meu filho - ou até mesmo para distraí-lo ou acalmá-lo de vez em quando - tudo bem, mas será que é pedir muito trocar essas músicas por AC/DC?

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