quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Ensinamentos para não esquecer


Filho, cá estou eu, mais uma vez, do passado, te deixando conselhos para quando você tiver idade o suficiente para lê-las e absorvê-las. “Mas por que você não esperou eu crescer para, então, me ensinar tudo isso?”, você pode me perguntar. Bem, não sei se em 2030 ainda existirá essa expressão, mas eu culpo isso à minha já famosa “memória de peixe”. Logo, para eu não esquecer esses conselhos tão importantes, vou deixar escrito aqui. Vamos lá:

- Não fique triste ao ganhar meias ou roupas íntimas de presente
Você esperava aquela camiseta dos X-Men ou um jogo de Playstation 5, mas ganhou de aniversário da sua vó um conjunto com 3 cuecas da D’Uomo, sendo que uma delas é branca. Educado como é (e eu garanto que é, porque eu com certeza já te dei uns puxões de orelha para você se tornar um cidadão de bem), irá agradecer o mimo, mas por dentro vai desejar acender uma pequena fogueira com o presente. Bem, tenho novidades: quando você tiver que gastar dinheiro para comprar suas próprias meias e roupas de baixo, irá dar graças a Deus a cada natal e aniversário por sua vó te ajudar a renovar o estoque do seu guarda roupa - por mais que tenha uma cueca branca no meio do conjunto.

Não esqueça de demonstrar o quanto gostou o presente

- Estacione o carro de frente no supermercado
Se por acaso o Google ainda não tenha povoado todas as ruas com seus carros automatizados quando você ler essas linhas, provavelmente terá que aprender a dirigir em um certo ponto da vida. Há um preconceito cultural com as pessoas que colocam o carro de frente nas vagas de estacionamento, acusando-os de não serem bons motoristas (pois o pensamento arcaico acha que “estacionar de ré prova seu domínio com o automóvel”). Mas, sempre que for ao mercado, independente do que pensem, estacione seu carro de frente. Você vai agradecer depois, ao não sofrer para colocar todas as compras no porta-malas.

Lembrar do lugar em que estacionou também é bem importante

- Se achar que dá, manobre de volta
Continuando sobre a parte de dirigir, em vários momentos você vai se deparar com situações em que terá que manobrar o carro, seja para fazer uma baliza, parar em uma vaga ou fugir de um engarrafamento. Quando você olhar e pensar “acho que dá pra passar” ou “acho que não vai encostar no carro de trás”, manobre de volta, até ter certeza que dá para passar ou não encostar no carro de trás. Vai demorar mais, mas pelo menos você garante que não vai deixar um bonito raspado no carro alheio.

Um exemplo de "acho que dá"

- Aprenda a cozinhar
Nem que seja fritar um ovo. Nem que seja fazer molho de cachorro quente. Nem que seja fazer um bolo de chocolate, mas aprenda a cozinhar alguma coisa! Tenha a mínima noção do que é possível fazer com um forno e aquele resto de comida de 2 dias atrás que ficou nos potes da geladeira, pois isso pode salvar a sua noite ou o seu almoço de sábado. Aproveite que tem receita de tudo quanto é tipo na internet, porque na minha época de jovenzinho, eu tinha que buscar as receitas disponíveis no caderno de receitas da sua vó. Sim, usávamos cadernos para isso.

Aqui, por exemplo, a receita de uma ceia de natal rápida

- Se estiver frouxo, aperte. Se quebrar, era porque já estava estragado
Essa máxima funciona para quase todo aparato/equipamento/coisa/treco que não custa os olhos da cara. Se esse objeto não está funcionando da forma que deveria, tente consertar. Se estragar de vez, são os deuses da procrastinação te avisando que era hora de comprar um novo.

Outra dica: gambiarras são perfeitamente aceitáveis.

Por enquanto eu só pensei nessas. Se lembrar de mais alguma coisa, escreverei aqui de volta. Um abraço, seu pai

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Doando-se para o filho


Há uns 2 anos fui doar sangue e, quando já estava no “cantinho do lanche” para repor as energias, uma mulher - com seus possíveis 40 e tantos anos - puxou papo comigo. Quis saber se eu era doador assíduo, e eu disse que sim. Aí ela me perguntou “e qual a sua filosofia?”. Eu não entendi o que ela quis dizer, e ela se explicou “você doa por causa da carteirinha de doador, por achar que está ajudando alguém, por querer passar sua saúde para frente, por alguma questão religiosa...?”. Eu fiquei tipo assim:

o_O

Para mim, não havia motivos para NÃO doar sangue. Mas acabei respondendo que era para ajudar quem precisasse. “Se tenho de sobra, por que não ajudar quem precisa?”. Ela disse “Ah, altruísmo. Isso é bonito!”. Fui embora pensando nesse encontro esotérico, e percebi que, por mais que não quisesse admitir, a doação não tinha nada de altruísta: eu uso a carteirinha de doador para pagar meio ingresso no cinema, aproveito pra fazer um lanchinho bom (tem um achocolatado de Alpino que é sensacional) e ainda saio com aquela sensação de orgulho, mesmo que seja bem lá no fundo. Assim como, em um episódio de Friends, Joey tenta provar à Phoebe que não existe ações altruístas, eu também estava convencido que não existia altruísmo no mundo.

Sério. assistam esse episódio. Temporada 5, ep. 4.

Bem, isso até ter um filho. Só aí eu vi que o Joey não sabe de nada. A gente faz tanta coisa pro filho - desde gastar um tempo seu só pra fazê-lo rir até cuidar da saúde dele melhor do que cuida da sua própria - que não dá pra negar que existe sim uma forma de um ser humano fazer o bem a outro sem esperar nada em troca, nem se sentir bem com isso. Tudo que é feito passa por cima de orgulho, de dinheiro, de bel-prazer ou de qualquer forma de tentar ganhar algum tipo de retribuição no futuro. E essa acabou sendo a minha filosofia : garantir que aquela pessoinha está se sentindo da melhor forma possível.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Naninha: parte 2


Semana passada tive uma noite atípica: além de ter acordado no meio da madrugada com dor de cabeça e ter esquecido de guardar o carro na garagem - coisa que fui fazer às 3h30 - o meu filho acordou nesse meio tempo. Ele raramente tem despertado no meio da noite, mas nesse dia ele já estava de pé no berço e todo alegrinho, querendo brincar. Logo, embarquei numa instigante aventura, a fim de tentar fazê-lo dormir novamente.

Foi quase assim

Não entendo porque as crianças lutam tanto contra o sono, já que dormir está entre as melhores coisas que Deus criou. Quem tem filho sabe como, dependendo do dia, eles parecem entrar numa queda de braço contra a vontade de embarcar no expresso do sonhos. No caso do meu filho, dá pra saber exatamente a hora que ele desiste de vez de dormir: ele tira a chupeta, começa a mandar beijos e bater palmas. Às vezes tento deitar com ele na cama, no escuro, e fingir estar dormindo, mas apenas me torno alvo de seus tapas e puxões de cabelo - isso quando não acabo dormindo antes dele.

"...e todos viveram felizes para sempre! FIM! Boa noite, papai!"

Quando finalmente a luta termina e sono vence, chega o segundo estágio: colocá-lo naquela armadilha desconfortável, fria e cheia de espinhos chamada BERÇO. Não que ele seja assim de verdade, mas é o que parece ser aos olhos do guri, já que basta deitá-lo no berço que ele já desperta de volta, se levanta e quer continuar brincando. É necessário um timing muito perfeito para saber exatamente quando ele está num sono profundo o suficiente para não voltar a acordar e não despertar de vez, te dando trabalho por mais, pelo menos, 30 minutos.

... E a luta continua!

Contudo, acredito que toda criança tenha uma fraqueza, a sua própria kriptonita na hora de fazer dormir: tem crianças que gostam que acariciem o cabelo, outras que passem a mão em suas costas, e tem até as que curtem que passem o dedo na extensão do nariz - sim, eu já conheci uma que era assim. No caso do meu filho, o ponto fraco é a orelha - basta passar o dedão por toda a orelha, fazendo movimentos circulares, e ele logo embarca. Mas, obviamente, isso não é garantia de que será uma soneca demorada.

É como apertar o botão de desligar

Voltando à aventura que citei no início do texto, ele só pegou profundamente no sono às 5 da manhã, enquanto eu já tinha cochilado e acordado dezenas de vezes. Mas o mais impressionante é que, depois de todo esse trabalho para fazê-lo dormir, minha dor de cabeça passou. Talvez ele tenha sido o remédio que eu precisava naquele momento.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Guia passo a passo: Como ensinar seu filho a andar


O guri já está engatinhando, e pelo jeito se inspirou no The Flash, porque em um momento ele está sentado do lado do sofá e 2 segundos depois já chegou na cozinha. Então, é hora de trabalhar no próximo passo - ou melhor, nos próximos passos: ensiná-lo a andar. Além do mais, assim que ele estiver andando com as próprias pernas, poderá se livrar das botas ortopédicas durante o dia. Pensando em todos os pais e mães que também tem essa árdua tarefa pela frente, resolvi fazer mais um guia passo a passo! Aproveitem.

  • Afastar os móveis
É muito importante escolher um lugar espaçoso e sem objetos que possam machucar a criança numa eventual queda. Se você mora em um lugar com cômodos pequenos, talvez seja bom afastar os móveis para garantir uma área segura para os primeiros passos do rebento.

Cuidado com as costas - machucá-las ao afastar os móveis acabará com a diversão antes de sequer começar!

  • Andar devagar para mostrar como se faz
A criança mimetiza tudo o que você faz - desde acenar com a cabeça até mostrar o dedo do meio. Por isso, é importante andar junto com ele, mostrando como os pés devem se mover. Também pode-se colocar os pés do bebê sobre os seus e andar devagarinho, para ele entender o movimento.

Lembre-se: devagarinho.

  • Segurar as mãos
Ajude-o a se equilibrar segurando firme nas suas mãozinhas, puxando-o ou empurrando-o levemente para a direção desejada.

Puxando LEVEMENTE. Evite acidentes!

  • Respeitar o ritmo da criança
Não se afobe! Faça pequenas distâncias e sempre respeitando a velocidade da passada da criança.

Não deixe que isso aconteça

  • Respeitar o cansaço
Por mais cheias de energias que sejam, a criançada também se cansa, principalmente ao fazer um esforço que não estão acostumadas. Isto posto, fique atento aos sinais de cansaço.

Esse é um sinal de cansaço, por exemplo

  • Ensiná-lo a se levantar e a sentar apoiando-se nas coisas
Outro passo importante é fazer a criança aprender a se levantar e se abaixar, seja para subir em algum lugar, para iniciar uma caminhada ou para se sentar ao estar cansado. Ajude-o a entender quais os movimentos necessários como, por exemplo, se apoiar no sofá para se levantar ou esticar as pernas e os braços para ter impulsão.

Quedas fazem parte do aprendizado

  • Soltar uma das mãos
Quando o bacuri já estiver caminhando bem enquanto está sendo segurado pelas duas mãos, tente retirar uma das mãos e incitá-lo a caminhar dessa forma.
É importante mostrar ao seu filho que ele pode confiar em você

  • Encorajá-lo a fazer pequenos trajetos sozinho
Assim que a criança adquirir a firmeza necessária para caminhar de forma segura, encoraje-a a dar poucos passos por conta própria, tendo como incentivo esticar os braços para ela chegar até você ou colocando algum brinquedo que ela goste a uma pequena distância dela.

Obs.: coloque um brinquedo que não tenha rodas

  • Escolher uma superfície com bom atrito
Procure sempre colocar o meninote para caminhar sobre um tapete ou piso antiderrapante. Pisos de cerâmica e de madeira encerados podem não ser a melhor opção para ele adquirir a firmeza necessária nos passos.

Obs.: pista de gelo não é um lugar indicado


Garanto que, seguindo arduamente estes humildes conselhos, seu filhote irá se tornar um atleta de meia maratona - e você terá que correr atrás! Meus cumprimentos.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

GREAT SCOTT!


Hoje é um dia especial para mim. Não é meu aniversário, nem um dia que me marcou em um passado recente ou longínquo. Também não é uma data comemorativa ou feriado na minha cidade. Hoje é o dia que Marty McFly chega do futuro!

*lágrimas*

Pra quem não ligou o nome à pessoa, Marty McFly é o protagonista da trilogia De Volta Para o Futuro. Esses três filmes moldaram boa parte da minha infância, já que meu tio - fã da série - os tinha em VHS (lembram do VHS?) e, sempre que eu, meu irmão e meus primos estávamos entediados na casa da minha avó, pegávamos os filmes para assistir. E até hoje, ou fazendo o teste dos 15 anos, o filme ainda é incrível e muito bem feito.

*lágrimas de novo*

Quem nunca desejou ter acesso a uma máquina do tempo - seja para voltar e corrigir alguma besteira ou arrependimento que fez, ou prestigiar um momento histórico (ou ver os dinossauros!), ou para ir até o futuro e ver como será a sua vida e quais serão os avanços da ciência e da humanidade? Se adultos já somos assim, quem dirá quando crianças, onde a imaginação vai longe?

Sim, eu queria ver os dinossauros. Sim, mesmo sendo adulto.

Na trama do segundo filme, Marty viaja para o futuro para ajudar seu filho, que está correndo o risco de ser preso. Filho que ele nem sabia que iria ter. E esse é o ponto que queria chegar com esse texto: mais do que saber como será a própria vida no futuro, que pai não tem a curiosidade de saber como será a vida dos seus filhos?  Se você tivesse a oportunidade, não gostaria de viajar uns 30 anos para ver se seu guri ou sua princesinha são bem sucedidos, se realmente se formaram veterinários ou astronautas, tal qual queriam quando eram crianças? Ou ainda, não iria querer ter certeza que seus ensinamentos os transformaram em cidadãos de bem, e voltar para o presente para corrigir aquilo que notaram que não deu certo ou que faltou na educação dos pequenos?

Ou ir para o futuro pra trazer um hoverboard pra dar pro filho de natal! \o/

Infelizmente não podemos viajar no tempo (e também não adiantaria, já que as viagens causariam realidades alternativas e um monte de outras teorias nerds que não importam aqui), mas o importante é lembrar de uma das últimas frases que o Doc. Brown diz ao Marty no fim do terceiro filme: “Seu futuro ainda não foi escrito, nem o de ninguém. Seu futuro é o que você fizer dele, então faça-o bem”.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Maturidade é tudo

Hoje, na hora do almoço, passei num Mc Donalds próximo do local onde trabalho, junto com um colega de trabalho, pra ver se já estavam vendendo os personagens do Mario Kart pra comprar (pro meu filho, claro. cof cof)

Quero.


Chegando lá, não encontrei nada a respeito dos brinquedos e - como o lugar estava cheio - decidi não perguntar e ir embora. Mas assim que cheguei na porta de saída notei que havia um totem com as miniaturas. Enquanto dava uma olhada, um menino com uns 5 ou 6 anos que também estava olhando, começou a falar comigo:
- Já tão vendendo ali, viu?
- Ah, é? e você sabe quanto que custa? - perguntei, esperando não precisar ir até o caixa.
- Não sei, não.
- Tá bom. Obrigado mesmo assim!


Fomos embora, e meu amigo, rindo, perguntou:
- Você não se sente meio mal de ter um papo desses com uma criança de 5 anos? Se bem que você parece uma criança também!
- Não, porque eu posso dizer “pelo menos não preciso pedir pra minha mãe!” e mostrar a língua pra ele! - respondi.

Nhé nhé nhé nhé!

No fim, ele admitiu que estava brincando e também queria um dos brinquedos. Esse é o problema dos adultos em geral: eles esquecem que podem voltar a ser criança, e com a vantagem de não precisar pedir tudo para os pais. Só tente ser um pouco mais maduro do que mostrar a língua pra uma criança, ok?

terça-feira, 6 de outubro de 2015

COMUNICADO URGENTE! LEIA COM ATENÇÃO!


Ok, não é urgente, mas pelo menos consegui chamar a atenção de vocês =D

Estou muito envolvido em alguns projetos pessoais, e meu já escasso tempo livre ficou menor ainda. Por isso, terei que diminuir a frequência de textos novos no blog (estava fazendo uma média de 6 por mês - o que demandava muito tempo de criação, escrita, revisão e busca de imagens fofinhas e aleatórias para ilustrar). Prometo postar PELO MENOS um texto por mês, mas a página do Facebook não vai ficar parada, ok? Periodicamente irei republicar os textos antigos em ordem cronológica, para os seguidores mais recentes e para aqueles que perderam uma ou outra postagem. Além disso, tentarei inserir conteúdos interessantes e divertidos relacionados à paternidade, a fim de manter a página sempre atrativa (e pra não perder seguidores, porque eu amo cada um de vocês, viu? <3).

Obrigado pela compreensão, e estou aberto a sugestões! Que tipo de conteúdo vocês querem ver aqui? Você tem alguma ideia de assunto para um texto novo? Comentem!

Beijo na testa.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Não dá, tenho um filho.


É fato que, ao ter um filho pequeno, alguns dos programas que você fazia antes de ser pai ou mãe - seja sozinho ou com seu/sua cônjuge - já não são possíveis, afinal é complicado levar uma criança tão nova em um show de rock, na balada ou no cinema. Se não tem alguém para ficar com a cria por algumas horas, nada feito, certo? Contudo, isso também pode ser um trunfo.

"Filha, volto em duas horas! Beijo!"

Há algum tempo atrás um amigo meu teve que ir no aniversário de uma menina, em uma balada sertaneja. Perguntou se eu queria ir com ele, e falei “não dá, tenho um filho”. Ele prontamente respondeu “pena que eu não tenho um, pois essa é a desculpa perfeita!”. E não é que é mesmo?

"Não posso sair hoje - tem um sofá preso em mim"

Sabe quando você está sem vontade de sair de casa, está sem dinheiro ou realmente não quer ir a um determinado compromisso, mas não tem uma desculpa plausível? Ter um filho elimina isso, porque não há argumentos que possam resolver a situação. Tá sem dinheiro? O amigo empresta. Tá com preguiça? Te xingam e falam pra levantar a bunda do sofá e ir. Tá com sono? Compra um Red Bull. Tá gripado? Toma uns remédios e vai. Tem um filho pra cuidar? Ah, tudo bem, eu entendo, cuida dele bem, tá?

"Senhora! Senhora!!!"

Mas cuidado: não use essa desculpa com muita frequência, senão seus amigos e familiares vão começar a boicotar sua presença em todos os eventos, já imaginando que você não participará porque “tem que cuidar do filho”. Então, procure guardar essa carta na manga e usar apenas em situações de emergência. No meu caso, balada sertaneja é uma delas.

domingo, 27 de setembro de 2015

Interação com crianças


Nessa semana estava no consultório médico, esperando meu filho ser atendido. De repente, um menino, de uns 2 anos, olhou para mim e - por algum motivo - achou que eu seria o seu novo melhor amigo. Ele balbuciava algo que eu não entendia, apontava para algumas coisas aleatórias e ficava me encarando, esperando que eu fizesse alguma coisa legal. Eu, como sempre, não soube como lidar com a situação.

Às vezes eles se assustam, não sei por que...


A verdade é que eu não sei como lidar com crianças. Eu tenho sobrinhos - de várias idades diferentes - e não sei agir direito com nenhum deles. Claro, também não ignoro a criança, e até tento interagir, mas sempre tenho certeza que ela fica pensando “errr, mas que cara idiota!”.

Já fizeram isso pra mim... =(


O mais estranho é que, independente disso (“isso” sendo minha total falta de noção junto a uma boa pitada de auto-estima baixa), sei exatamente como me portar com meu filho. Sei como brincar, como acalmar e até como fazer dormir, mas não consigo replicar isso com nenhum outro infante.

Não entendo como as outras crianças ainda não aprenderam xadrez...


Fico pensando em quem fala “ah, eu adoro brincar com crianças! Vou ser um ótimo pai!” ou “você tem jeito com crianças, vai ser um ótimo pai!” e imagino como é que estou conseguindo manter a minha nota 7 na escala Bom Pai. Sou a prova viva que uma coisa não está diretamente ligada à outra, e o mais irônico de tudo é que, normalmente, a garotada tende a gostar de mim, mesmo eu mal conseguindo suprir suas expectativas de diversão. Deve ser minha cara de criança.

"ninguém vai suspeitar..."


Então, fica aí o ensinamento: mesmo que você, futuro pai ou mãe, ache que não tem jeito com criança e, por isso, não deveria ter filhos, não se preocupe: alguma mágica da Mãe Natureza vai fazer com que você saiba exatamente como agir com seu rebento - pelo menos com ele. Sou a prova viva disso!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Vivendo e aprendendo


Talvez a coisa mais legal de criar uma criança é poder acompanhar a forma como aprendem as coisas, independente de ser algo fantástico ou completamente irrisório.
Há umas duas semanas meu filho aprendeu a mandar beijo - mas agora já percebeu o quão valioso é isso, por isso só os distribui em raríssimas ocasiões. Mas a forma como ele estuda os movimentos que você faz para ele e tenta reproduzir pode parecer simples e intuitivo para nós, mas pense como é ter apenas 1 ano de vida e um mundo inteiro para desbravar.

Gênio.

Além disso, cada criança tem seu próprio tempo e facilidade/dificuldade para descobrir como fazer os movimentos e manipulações. Tive a oportunidade num desses fins de semana de interagir com mais dois bebês com idade muito próxima do meu, e cada um tinha uma peripécia diferente que fazia os outros babarem: enquanto um já cumprimentava fazendo “toca aqui” e “fist bump”, outro assoprou a própria vela de aniversário, e o meu batia palmas assim que falavam “parabéns”.

Tá, esses são um pouquinho mais evoluídos

Há também os “quase aprendizados”, onde o bebê responde do jeito que consegue. O guri ainda não sabe direito a diferença entre bater palmas e dar tchau, então não se sinta mal se ele bater palmas quando você for embora - ele não está comemorando (acho). Também acha o máximo ver que há dois pais no mesmo recinto, além de um bebê qualquer quando eu levo ele para frente do espelho - talvez ele pense que vá ganhar o dobro de Hot Wheels (um de cada pai). Por fim, tudo que ele pega, vai direto para a boca - brinquedos, celular, controle remoto, papel, etc. Ironicamente, a única exceção é comida - com essa ele brinca, mexe e tenta entender o que é.

Brincar no espelho é sempre divertido

Normalmente há muita comoção quando a prole começa a andar, ou falar “mamãe”, ou passar no vestibular, e essas pequenas coisas acabam passando despercebidas. Já eu acho que é no simples que  está a mágica.