segunda-feira, 6 de abril de 2015

Dodói

Esse fim de semana tivemos nossa primeira experiência de filho doente. Eu, particularmente, fico contente pelo primeiro causo médico acontecer apenas aos 9 meses, levando em conta o fato dele ser prematuro e afins. E até o momento posso dizer que, de todas as novas experimentações que a paternidade já me proporcionou, levar o filho ao hospital foi a pior delas.


O fato de ter acordado de madrugada com o choro, vê-lo amuado e dengoso por causa da febre e de supostas dores corporais não é nem de longe o pior, pois é algo que você já tem que ter em mente quando assina o pacote “Meu Filho, Minha Vida”. Nenhum ser humano é totalmente protegido contra doenças (a não ser o Wolverine). Por isso já estava meio preparado para o momento que isso fosse acontecer.


O pai dele com certeza foi um cara de sorte


A complicação se inicia assim que se pisa dentro do hospital: uma sala de espera da recepção, com pouca ventilação e cheia de outras crianças, em melhor ou pior estado que o seu, mas também doentes. Após um bom período aguardando para ser atendido, somos encaminhados para a sala de espera do atendimento. Uma fila para a triagem, um sistema de som estridente informando o nome do próximo a ser atendido e uma nada otimista tela mostrando a média de demora para atendimento. O pior é que o sentimento é de que o cenário é o mesmo em praticamente qualquer hospital pediátrico.


Hospital pediátrico > Bolsa de Valores NY


Mas o combo completo ainda estava por vir: após tirarmos no palitinho, minha esposa foi acompanhar o guri e eu fiquei na sala de espera, onde várias crianças choravam, esperneavam e corriam de um lado a outro. Algumas nem pareciam doentes, e outras pareciam fazer mais escândalo do que o necessário para sua condição. Estava até conseguindo abstrair bem tudo isso, até o momento que começou a passar um filme da Barbie na TV. UM MALDITO FILME DA BARBIE! Aí eu queria correr, fugir, me abaixar em posição fetal no canto da sala e ficar repetindo pra mim mesmo “é apenas um sonho! É apenas um sonho!”.


“Nãoooo, Barbie nãoooo!”

Quando finalmente fomos liberados, e eu e minha esposa começamos a debater para quem foi pior a experiência - e não chegamos a um veredito. Nessa primeira aventura, de mais ou menos duas horas, saímos vivos, saudáveis e com um bom diagnóstico: era apenas uma febre, afinal. Ele ficou tristinho pelo resto do dia, mas no dia seguinte já estava melhor. Por fim, ficou apenas a lembrança ruim. Agora precisamos nos preparar psicologicamente para a próxima vez - sem filme da Barbie, se Deus quiser.

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