sexta-feira, 15 de maio de 2015

Clube do Bolinha

Há algumas semanas saí sozinho com meu filho pela primeira vez. Minha mulher encarnou o espírito de Amélia e mandou eu e o guri sair de casa e não voltar até o fim da tarde. Assim, nós dois partimos em uma aventura recheada de adrenalina, ambição e luxúria. Mentira, apenas fomos na casa de um amigo jogar conversa fora.

Party Hard!


A quem possa estar preocupado com a saúde física e mental do garoto depois disso: não esquentem, ficou tudo bem. Foi trocado na hora que tinha que ser trocado, comeu quando estava com fome e até recebeu conselhos de vida de um amigo meu, tudo devidamente guardado em vídeo, para que ele possa relembrar as sábias palavras quando for mais velho. Ele voltou são e salvo para casa, apesar da surpresa de muitos que souberam da história depois.

Não é beeeem assim...

Socialmente falando, parece estranho, bizarro e até assustador que o pai saia sozinho com o bebê em determinados momentos. A primeira coisa que fazem é perguntar onde está a mãe. Depois, pensam nos piores motivos para ela não estar junto, desde acidentes de trânsito até achar que a mãe é desnaturada e não ama seu rebento. Após todos os julgamentos - mesmo que apenas por pensamento - perguntam se o pai precisa de ajuda, já imaginando que ele é apenas um fornecedor de esperma inconsequente que não sabe como cuidar da criança porque nunca brincou de boneca na infância, ou porque não tem o precioso instinto materno.

Acredite no instinto paterno


Para minha sorte, meus amigos são mente aberta e encararam - assim como eu - com naturalidade aquele momento. Afinal, por que o pai não pode sair sozinho com seu filho? Não muda absolutamente nada - salvo quando o bebê ainda precisa do leite materno. O pai sabe (ou, ao menos, deveria saber) quais são as necessidades da criança e como resolvê-las. Conheci há algumas semanas um casal que não teve como deixar a criança sob os cuidados de ninguém após acabar a licença maternidade, e como a mãe era concursada, coube ao pai abandonar o emprego para ficar em casa. Pode causar estranheza no princípio, mas logo depois você para e pensa “por que não?”.

Não é beeeem assim... [2]


Sair com o bebê é uma forma bacana do pai aumentar o vínculo com o filho no começo da vida - e por mais que no princípio ele normalmente fique bem mais com a mãe, esse estreitamento de laços com o pai tende a ser muito importante para a criança no futuro. Eu acho, pelo menos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário