sexta-feira, 26 de junho de 2015

Quando o pai precisa resolver um problema

Imaginem o seguinte cenário: seu bebê está internado em um hospital, com laringite. Embora não seja tão preocupante, ele precisa ficar em observação, para verificar a melhora na respiração. Já é o segundo dia de internação, e no primeiro a mãe ficou com ele. Você, no papel de pai, marido e seguidor da política dos direitos iguais, se oferece para ficar, a fim da mãe poder desfrutar de uma noite tranquila de sono, no conforto do lar.


Agora imaginem que o quarto do hospital é para duas crianças. Seu filho está em uma cama, e outra criança - acompanhada sua mãe - na outra. A única forma de chamar uma enfermeira é apertando em um botão de alarme luminoso, que fica exatamente acima de onde a mãe da criança dorme, em sono profundo, num local praticamente impossível de alcançar sem tropeçar e cair em cima da pobre senhora.


Complicado tropeçar e cair em cima dos outros


Para completar, imaginem que seu filho estava tomando soro para hidratação, e por isso, a troca de fraldas fazia-se necessária a cada 3 horas. Mas você deixou passar 4 horas. Com isso, a fralda vazou, molhando calça, body e colchão. É quase 1h da manhã. Você pensa “ah, mas é fácil resolver: basta trocar as roupas do bebê e inverter seu lado na cama”. Mas nada é tão simples nessa vida: ele está com o acesso ao soro em uma mão, e um monitor de batimentos cardíacos na outra. A única forma de tirar o body seria pedindo ajuda a uma enfermeira - a mesma que só viria ao apertar o alarme, e você não quer deixá-lo sozinho para sair pelos corredores atrás de uma, correto? Além disso - surpresa! - não tem como virá-lo exatamente por causa dos acessos, que são curtos.


Fralda cheia


Esse foi o cenário que enfrentei há exatos seis dias. E resolvi bem no estilo “pai” de ser: com gambiarras e de forma totalmente desastrada. Claro que só reparei na dificuldade de tirar a roupa quando já estava no meio do caminho, pois é assim que homens funcionam. Depois parei, olhei para o botão de  alarme, olhei para o filho, olhei para os cabos - como se conseguisse achar uma forma milagrosa para fazer as mangas da camisa passarem através deles - e até pensei em catar uma tesoura e rasgar a roupa dele. Mas aí eu respirei fundo, e finalmente comecei a pensar direito: peguei duas calças - uma bem fina e uma mais grossa - e coloquei a mais fina por primeiro (SIM, eu troquei a fralda dele antes!), na melhor tendência “centropeito”; depois, fechei o body por cima dessa calça, deixando a parte úmida do body sem tocar diretamente na pele do guri; a calça mais grossa veio logo após, para deixá-lo quentinho; por fim, peguei o edredom que estava servindo de apoio para o travesseiro, desdobrei apenas uma parte e deixei por cima da parte molhada do colchão, e voilá! Ele dormiu feito um anjo, sequinho e confortável.


Pra quem não conhece a tendência "centropeito", é igual à foto acima


Acho que não existe um pai no mundo que já não passou por uma situação parecida: primeiro a reação de “aimeudeusaimeudeusaimeudeus”, depois pensa em várias soluções idiotas, que não resolverão nada, para depois achar uma saída - mesmo que não seja a mais prática ou aconselhável. E SIM, eu acredito que a mãe teria resolvido de uma forma muito melhor e menos custosa, mas ei - dá um crédito pro pai aqui, afinal eu resolvi o problema, não?  

pai esquentando o mamá pro filho

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Estrada da fúria

Eu sou uma pessoa calma e tranquila em essência, do tipo que evita conflitos - inclusive arcando com alguns danos colaterais de vez em quando. Mas se tem uma coisa que consegue me tirar do sério é o trânsito - e as pessoas burras e ignorantes que permeiam nessa selva automotiva.


"Que dia maravilhoso!"


Apesar disso, nunca fui um transgressor das leis de trânsito e do bom senso, apenas era um pouco mais agressivo no quesito “andar na velocidade da via” ou “você não vai me passar pela direita, seu babaca”. Talvez seja pelo anseio de justiça que tenho, tentando compensar minha falta de altura e poder de intimidação nos locais onde tenho o mesmo tamanho que os outros - no caso, o tamanho do carro.


"Cada um paga o seu!"


O maior problema disso - além de arriscar esbarrar em algum psicopata bêbado ou num filho de político - é ter a plena consciência que esse comportamento teria que mudar no momento que instalei a cadeirinha do bebê pela primeira vez no meu carro: a partir do dia que meu guri passou a andar comigo de carro, os cuidados - e a paciência - tiveram que aumentar exponencialmente. Estou atrasado? Fazer o quê. O cara virou sem dar seta? Ainda bem que não causou um acidente. Cruzou a fila de carros pela esquerda pra virar para a direita no cruzamento? ESPERO QUE ENCONTRE UM POSTE SEU FILHO DA… Quer dizer, espero que chegue em seu destino intacto e sem causar problemas para terceiros.


"Controle-se, pessoa!"


Agora, mesmo que ele não esteja comigo, eu já dirijo mais calmo, com mais cuidado e mais tolerante à estupidez alheia. Mais do que cuidar da criança - que é visivelmente mais frágil - eu passei a cuidar mais de mim mesmo, afinal ele depende de mim muito mais do que apenas para ter carona até a casa da vó ou para ir ás consultas médicas.


"Pra casa da vovó. AGORA!"


Claro que nem tudo são flores na vida de Joseph Klimber, ainda tenho algumas recaídas, mas estou trabalhando nisso. O importante é ter em mente que há muito mais em jogo que um amassado ou pagar a franquia do seguro do carro: preciso fazer o safari urbano e voltar inteiro pra casa.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Dicas para um bom dia dos namorados

Hoje, não vou escrever sobre ser pai, ou sobre meu filho, ou sobre como é a convivência pai-filho, mas sim sobre algo que precede, sucede e se mantém (ou ao menos deveria se manter) com a chegada de um rebento: a convivência do casal. Nesse dia dos namorados, fiquem atentos às mais preciosas dicas para um encontro memorável e assaz aprazível:

  • Se possível, não levem os filhos
Essa dica é só para quem já possui herdeiros. Se há um momento que se pode fazer valer daquele apelo de “deixa ele(s) comigo um dia“ que você já ouviu da sua mãe, da sua sogra, da madrinha ou daquela amiga que começa a ovular assim que vê seu filho, o momento é agora!

Obs.: deixe com alguém que realmente fique de olho nas crianças!

  • Leve num lugar legal, mas não faça um crediário
Vocês podem até amar aquele dogão da esquina que coloca o dobro de catupiry só porque já te conhecem de anos, mas hoje é um dia especial: procure um local bonito, de preferência romântico, que custe um pouco mais que o X-Tudo da lanchonete da faculdade, mas que também não faça você gastar o VR do mês inteiro ou ter que parcelar o jantar em 10x no cartão. E atenção - procure saber (e decorar) os gostos do(a) seu(ua) cônjuge, para não levá-lo(a) num restaurante de frutos do mar sem saber que ele(a) é alérgico(a) a camarão.

Independente de qualquer coisa, o que importa é manter o romantismo

  • Abra a porta - mas seja rápido!
Homens, se vocês forem ao local com seu possante ou de táxi, pelo menos hoje - ou quando ela estiver com quinhentas sacolas de compras - tente abrir a porta para ela sair do carro! O grande problema é que, com o passar dos anos, a convivência faz com que essa prática suma, e a mulher já não espere para sair do carro. Por isso, incorpore o Usain Bolt que existe em você e abra a porta antes que ela o faça - mas lembre-se de puxar o freio de mão antes.

Sempre cheque o freio de mão. Duas vezes.

  • Peçam comidas diferentes
Pedir comidas diferentes é praticamente uma lei que deveria ser instituída para casais, passível de advertência e/ou multa. Estudos (que eu inventei) comprovam que 98,2% dos namorados que pedem comidas diferentes, para logo depois dividirem uma garfada ou um pedaço com seu(ua) companheiro(a), são mais felizes. A exceção ocorre apenas quando o prato é para duas pessoas ou se ambos amarem demais um determinado prato em relação ao restante do cardápio.

Outra exceção: se você é o Joey.

  • Vinho
Se ambos gostarem de vinho, peça vinho. É mais caro, eu sei, mas é um momento especial. Além disso, o vinho ajuda ao casal se soltar e conversar mais abertamente sobre coisas que normalmente não externam um ao outro, como traumas de infância ou admitir que conhece a música do Eros Ramazzotti que está tocando no som ambiente do restaurante.

S2 Eros

  • Desligue o celular!!!
Talvez a dica mais importante seja essa: desligue a porcaria do celular! A quantidade de casais que tenho visto saírem juntos e ficarem ambos mexendo no apetrecho, sem sequer se olharem, é assustadora. É capaz de se conversarem pelo Whatsapp mas não trocarem uma palavra durante o jantar todo. Salvo momentos em que ambos interajam no mesmo aparelho, por algum motivo especial, ou pra procurar o nome da cantora que canta aquela música junto com o Eros Ramazzotti, não mexa no celular!

- Te amo.
- ✓ 

Seguindo tais dicas à risca, garanto que a noite de hoje será agradável para ambos. Um beijo na alma de todos.

sábado, 6 de junho de 2015

The Winter is Coming!

Estamos a duas semanas do inverno, e o clima já começa a exigir que as pantufas saiam dos armários. Junto com o frio, vem uma das questões mais complexas e paradoxais da humanidade: quanta roupa devo colocar no bebê?

#sddsnedstark

Os médicos vão dizer que “eles sentem tanto frio quanto nós”, o que não ajuda em nada quando eu estou de camiseta e minha esposa já está com 3 casacos. Aí tentamos um meio termo (nesse caso, 1 casaco e meio - se é que dá para colocar meio casaco), e o conflito permanece no fato da mão do guri ficar gelada (ele fica babando nela) mas as costas estarem encharcadas de suor. Fico imaginando como que ele - que não entende nada do que está acontecendo - se sente em relação a esse “tira roupa, põe roupa”.


Vó: "melhor colocar mais um casaquinho!"

Outro problema que enfrentamos é que onde moramos costuma-se ficar muito frio de manhã e esquentar à tarde. Aí, sair com ele durante o dia todo é como carregar muamba do Paraguai para o Brasil: uma bolsa lotada de roupas para troca em caso de frio, de calor, de suor, além de um cobertor pesado, de um mais levinho, uma mantinha, um aquecedor portátil, um ventilador à pilha, e por aí vai.

Apenas um passeio no parque

Por fim, tem o banho: voltar a ligar o aquecedor antes do banho, se apressar para lavar a criança o mais rápido possível antes da água esfriar e ter que secá-lo em tempo recorde para não “pegar friagem”, como diria a avó - esta que, inclusive, sempre acha que falta “um casaquinho” - e, apesar de todo o esforço, aguentar o guri reclamar quando colocamos a roupa, porque para ele - e pra todo mundo, acredito - é mais divertido ficar pelado.

HUEHUHEUEH

Ultimamente tenho dado muitas dicas aqui, mas para esse assunto em particular, não tenho nenhuma - cada criança age de um jeito e tem sua própria sensibilidade ao frio e ao calor. Enquanto elas só sabem babar e balbuciar sons sem sentido, talvez seja melhor pecar pelo excesso do que pela falta: na dúvida, sempre leve um casaquinho.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Dicas para viajar de avião com o bebê

Esse texto será muito mais informativo do que dissertativo, pois na última semana descobri coisas muito interessantes para quem precisa viajar de avião com um bacurizinho a tira colo, pois creio que - assim como eu - muita gente tem dúvidas a respeito disso.

Primeiramente, quero deixar registrado aqui o meu espanto ao analisar que apenas com 25 anos fui voar pela primeira vez de avião, e meu filho já voou com apenas 10 meses. Dadas as devidas proporções de evolução tecnológica e depreciamento dos voos domésticos nos últimos 20 anos, é algo impressionante, não? Enfim, vamos lá:


  • Carrinho de bebê
É possível levar seu próprio carrinho de bebê como bagagem a ser despachada. Eles cobrem em um saco plástico e colocam aviso de “Frágil”. Dizem que também é possível usar o carrinho para levar o bebê até a porta do avião, e logo após eles colocam no bagageiro, mas não sei se é verdade, já que não levei o carrinho. Contudo, algumas companhias aéreas tem carrinhos para empréstimo, e você pode usar desde o check-in até o embarque (foi o que fizemos, no caso).


  • Bebê conforto
Funciona igual ao carrinho de bebê: pode ser levado e é despachado como bagagem.

IMPORTANTE: tire o bebê do carrinho/bebê-conforto antes de despachar a bagagem!


  • Alimento
É possível levar uma mamadeira pronta e/ou um pote com comida/papinha/pizza/feijoada/filé mignon para seu filho comer durante o voo. Também reza a lenda que os aviões tem água quente para preparação de mamadeiras ou aquecer papinhas, mas não testamos isso também. O bacana foi que minha esposa pôde usar a mamadeira vazia para embarcar com um café quente que tínhamos comprado logo antes de embarcar - fica a dica (mas não coloquem bebida alcoólica, por favor. Os resíduos podem deixar seu filho bem loco).

Eu disse "um pote" de comida


Outro fato importante é a respeito dos restaurantes dentro do aeroporto. Precisávamos esquentar uma das papinhas para o nosso guri e nenhum lugar (NENHUM LUGAR!) tinha ou disponibilizou um microondas - nem mesmo onde consumimos. A solução foi pegar um copo com água quente de uma cafeteria e esquentar num “banho maria” bem nas coxas.


  • Troca de fraldas
Graças aos céus não precisamos trocar as fraldas no voo, então não sei como funciona, mas nos aeroportos normalmente tem espaço para a troca de fraldas no banheiro feminino ou banheiro família. Em um dos aeroportos tinha fraldário até no banheiro masculino (achei um avanço!), mas acredito que seja uma exceção à regra.


  • Comportamento do bebê durante o voo
Dizem que as crianças podem se sentir desconfortáveis com as mudanças de pressão no ouvido e que é bom levar um pouco de líquido pra eles beberem quando isso ocorre. Contudo, o guri não me pareceu irritado com nada durante a viagem, fora o fato de ter que ficar quieto no colo (como aconteceria em qualquer outro lugar). É bom levar algo para a criança se distrair. No meu caso, optei por baixar a mesinha de servimento pra ele batucar. Só garanta que não há nenhuma pessoa no banco da frente quando fizer isso - coisa que eu não fiz. Desculpa, moça do banco da frente!

Não mostre o manual de segurança para o bebê: ele pode ficar com medo

Acho que isso engloba os principais temas. Boa viagem!