sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Tamanho não é documento


Uma frase recorrente que temos ouvido durante o último ano ao andar com nosso filho é “como ele é pequinininho!” - principalmente após responder a uma pergunta “quantos meses ele tem?”.

Estive num aniversário de criança nesses tempos, onde um bebê de apenas 9 meses já pesava 8,5 kg e já tinha praticamente a altura de um hobbit. Fato semelhante ocorre com o filho de um casal amigo nosso, que já possui 1 ano e 3 meses e já anda, corre e só não dirige porque a lei não permite. Levando em consideração essa geração de mini “Vin Diesels”, é natural olhar para o nosso guri e achá-lo pequeno. Contudo, basta algumas observações para entender o motivo: além dele ter nascido prematuro, eu tenho 1,69m, e minha esposa, 1,55m. Aí fica difícil ser muito grande, não é? O curioso é que, ainda assim, sou maior que meus pais.

Isso que dá dar mamadeira com fubá desde cedo

Essa tal de genética é um negócio engraçado. Basta voltar alguns anos no passado, quando estava no primeiro ano do ensino médio, e lembrar que eu possuía a mesma altura que outro amigo meu - e esse mesmo amigo hoje é padrinho do meu guri, com seus “um metro e quase dois”. Ao chegar na minha casa - que tem o pé direito baixo - ele acerta a cabeça no lustre ao menos uma vez por visita, no melhor estilo Gandalf na toca do Bilbo. Outro fato engraçado é com meu sobrinho, que mesmo tendo os pais com mais ou menos 1,70m cada, já tem 1,47m com apenas 9 anos.

Cuidado com a cabeça, padrinho.

O pior é ouvir os altos reclamando que “sofrem” por causa do tamanho. Desculpem-me, mas eu, que fui a vida toda vítima da (falta de) altura, não consigo aceitar. Se você nunca ficou sem poder entrar num brinquedo no parque porque não tinha a altura mínima, ficou atrás de uma criatura com o cabelo igual ao do Valderrama em um show de rock ou perdeu o ponto do ônibus por não alcançar o cordãozinho da campainha, não pode reclamar de nada a respeito de altura.  

Bem vindo ao mundo de acordo com meu ponto de vista.

Torço para que a lógica continue a funcionar, e que ele seja mais alto que eu no futuro. Sei que provavelmente não será um jogador de basquete - independente da quantidade de Biotônico Fontoura que eu possa dar a ele - mas se passar do tamanho médio do homem brasileiro, já estarei feliz. Por fim, fica a dica: não fale para os pais que o filho deles é “pequenininho”. É o tipo de comentário que está na categoria "desnecessário".

Nenhum comentário:

Postar um comentário