Hoje vou começar uma série de quatro textos, falando a respeito de um ótimo artigo do blog Papo de Homem, datado de 2012, mas que é real até hoje. Ele fala um pouco sobre a tal da geração leite com pera - que já comentei aqui - e como isso se tornou uma bola de neve no momento em que essa mesma geração começou a ter filhos. Se você tiver tempo - e paciência, vale a leitura.
O primeiro tópico é a respeito de fazer da criança o centro da casa: pelo fato de muitos desses pais terem sido mimados na sua infância, eles pretendem fazer o mesmo - ou pior - com os seus próprios filhos. Tudo é para eles, do jeito que eles querem, na hora que querem. Toda rotina muda, de forma que as crias fiquem o mais à vontade possível. Não precisa ser muito gênio para imaginar que no futuro essas crianças pensarão que podem fazer o que bem entendem.
Lembro-me que na minha infância não era assim. Por exemplo, tínhamos apenas uma TV, e só podíamos assistir o que queríamos enquanto outro adulto não estivesse lá. Se era hora do jornal, da novela ou do filme, “perdeu”. No caso do video game, várias vezes eu e meu irmão acordávamos 6h da manhã de domingo para poder jogar antes que meu pai acordasse. Além disso, não é porque estávamos em casa que meus pais mudavam a rotina deles. Por conta disso, brincávamos muitas vezes entre nós - ou sozinhos - para passar o tempo sem ficar aporrinhando os adultos. Brigávamos e tentávamos forçar as nossas vontades contra a dos pais? Claro que sim! Adiantava? Claro que não! Isso nos tornou adultos revoltados, ranzinzas e maus? Muito pelo contrário! Aprendemos que nem sempre podemos ter tudo o que queremos.
Hoje, pra nós, é um pouco difícil não colocar nosso filho como o centro das atenções, já que toda a nossa rotina mudou por causa disso: tivemos que adequar horários para comer, para banho e até mesmo para dormir e acordar. Acredito que vai ser assim por um bom tempo, até o guri ter mais independência. Contudo, temos que ficar atentos para começar a cortar aos poucos todo esse “criançocentismo” durante o crescimento dele. Não sei o grau de dificuldade que isso acarreta para pais de primeira viagem, mas de exemplos ruins o mundo tá cheio, né?