sábado, 7 de março de 2015

Bola 8, caçapa do canto

De vez em quando minha esposa “reclama” que eu deveria passar mais tempo brincando com o meu filho. Eu entendo, pois ela fica quase o dia todo com ele, enquanto eu saio para trabalhar. Quando chego em casa, tenho pouco tempo de “lazer” propriamente dito, entre todos os afazeres de casa e até mesmo aquele tempinho para “mim mesmo”. Mas eu tento compensar.

"Quem disse que homens não conseguem ser multitarefa?"


Pra mim é um pouco estranha essa necessidade de filho brincar com o pai, pois não lembro de nenhuma vez na minha infância que isso tenha acontecido, que eu tenha sentido falta ou até de ter pedido ao meu pai ou minha mãe para brincar comigo. Talvez porque eu tinha um irmão mais velho, ou talvez porque conseguia me divertir sozinho, afinal sempre fui muito independente. Não que eu tenha maus pais, mas acho que, por não existir da minha parte esse ímpeto, ficou bem dividido o lado pai e mãe do lado amigo e amiga (o que seria mais ou menos o que comentei nesse texto).

"Fique com o troco, seu animal!"


O dia que essa visão mudou um pouco foi quando já tinha meus 11 ou 12 anos: eu e meu irmão tínhamos um saudoso Mega Drive (e que vou afirmar até o fim da vida que era melhor que o Super Nintendo, mesmo sendo mentira). Alugávamos games quase toda a semana. Um certo dia, o jogo da vez foi o clássico Side Pocket - jogo de sinuca viciante que nos tirou horas de vida. Lembro que estávamos na casa dos nossos amigos até a noite, e quando voltamos em casa, nos deparamos com nossos pais, com controles em punho, se digladiando na sinuca virtual. Nós não explicamos como jogava, nem nada, eles apenas nos viram jogando e resolveram brincar na nossa ausência (e vai saber há quanto tempo eles já estavam lá). Foi engraçado, porque eles pareciam até envergonhados, pois diferente de nós - que hoje podemos puxar um game sem problemas e brincar com os filhos, já que nossa infância foi assim também - eles não tiveram videogame algum quando crianças, e era um mundo novo pra eles. Por fim, acabamos os quatro fazendo um mini campeonato, que durou os dias seguintes, até devolvermos o jogo.

Nostalgia!

Esse fato ficou guardado na minha memória afetiva, e talvez seja um indício que SIM, faltou uma interação maior com meus pais quando eu era mais novo, por mais inconsciente que seja. Então SIM, eu tenho que me adaptar e começar a brincar mais com meu filho, pois esses momentos de estreitamento de laços entre pais e filhos são o que fazem a infância valer à pena.

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