terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

No vermelho

Sempre achei estranho quando me perguntavam se eu estava endividado agora que tinha um filho, afinal os custos nem eram tão altos assim: fraldas de vez em quando (ainda mais com as que ganhamos no chá de bebê), pomada para assaduras a cada mudança de lua e outros pormenores que não impactaram no orçamento familiar. Mas aí o pediatra disse que ele precisa ganhar peso, e receitou as famosas fórmulas - leites em pó feitos de ouro e pedras preciosas. Agora já estou pensando em fazer um crediário.


Daqui a pouco vão começar a vender o leite naqueles canais de leilão de jóias


Me lembrei de uma amiga, cuja a filha tinha intolerância a lactose. Só podia consumir um leite específico, que era muito caro. Ela guardou cada lata, e quando a menina parou de tomar o leite, tiraram uma foto dela junto com todas as latas, que formaram um castelo de deixar qualquer princesa da Disney com inveja. Não consigo nem imaginar como ela e o marido conseguiram custear todas essas latas de leite, mas compreendo que, não importa como, tem que dar um jeito de conseguir. Só é bom tentar não se envolver com a máfia italiana.


" Ou seu cérebro, ou sua assinatura estará no contrato."

Eu não esperava ter um gasto tão alto com ele até pelo menos ele entrar na faculdade (obviamente eu fui, no mínimo, ingênuo), mas também não é o fim do mundo. É só mais um aviso que criar um filho é coisa séria. Demanda não só paciência, pulso firme, educação e força psicológica como também um bom estudo administrativo e financeiro. Como eu já disse antes, a decisão de ser pai não é para qualquer um - tudo depende de prioridades, pois o filho vai depender de você para tudo por um bom tempo. E como trabalho infantil é crime, não tenho como colocá-lo pra bater laje ou fazer serviço de banco (mesmo porque acho que ele não conseguiria no momento). Por isso, vou ter que dar meus pulos pra pagar por cada lata dessas. Só tentarei não me envolver com a máfia italiana.

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