Existe um ditado que diz “educação vem de berço”. Eu concordo, e isso me assusta, afinal eu não sou um exemplo de pessoa a ser seguido. Sabe aquelas pequenas coisas erradas que sua mãe gritava “menino(a), não faça isso!” quando você era mais novo, e ainda acontece até hoje? Pois é.
Além do uso dos palavrões, já comentado por aqui, há uma extensa lista de maus exemplos que eu preciso abandonar, a fim de não deixar de herança para o guri. Um dos mais clássicos é comer no sofá. Esse também é compartilhado pela minha esposa, afinal é muito mais cômodo sentar na frente da TV e mandar ver na comida ao invés de fazer todo aquele trabalho chato de tirar as coisas de cima da mesa, estender uma toalha - que provavelmente ficará suja de molho e precisará ser lavada - e comer como uma família de lordes ingleses. Esse eu admito: só vou largar mão quando o moleque tiver idade para comer junto conosco.
chato.
Continuando com o sofá, quem nunca ouviu um “tira o pé do sofá!”, não é? Eu já ouvi inúmeras vezes. Adiantou? Não. E não é só no sofá, é em cadeira, banco, banqueta ou qualquer superfície que sirva de assento - inclusive no trabalho. Para mim, achar uma posição confortável é uma batalha épica e interminável.
Não parece muito confortável.
Outro item da lista é escovar os dentes andando pela casa. Não consigo ficar me encarando na frente do espelho por muito tempo, e me entedio fácil. Meu dentista já brigou comigo, disse que tenho que prestar atenção no que estou fazendo. Eu sei que ele está certo, mas aquela vozinha na minha cabeça sempre me diz que eu já sei escovar instintivamente.
Dizem que não é educado bocejar sem colocar a mão para tapar a boca. Já eu, além de bocejar, ainda dou aquela espreguiçada gigante, enquanto praticamente imito o som do Chewbacca. É uma falta de atenção minha, e acabo fazendo isso nos lugares mais inapropriados. Uma variável do bocejo é também o espirro. Eu, infelizmente, possuo o fardo da maldição conhecida como “rinite alérgica”. Logo, espirros selvagens e inesperados aparecem de surpresa, sem que eu consiga me preparar para - educadamente - colocar a mão na frente e não fazer um som estrondoso, que normalmente assusta crianças pequenas e animais de estimação que estão próximos de mim.
Huurrrr
Para finalizar essa lista - que é apenas uma pequena parcela das várias coisas erradas que faço - é esquecer de lavar as mãos antes de comer. Pô, higiene pessoal básica, não é mesmo? Meu poder de distração é muito grande, então eu facilmente esqueço de coisas simples e habituais. Então, se eu não estiver com aquela sensação de mão coberta por uma película de sujeira - normalmente ocasionada após mexer no carro ou na correia da bicicleta - provavelmente esquecerei de lavar. Não é sempre, claro - e agora, com o bebê em casa, comecei a me policiar muito mais a respeito disso.
Meu pai costumava dizer “faça o que eu mando, não faça o que eu faço”. Embora achasse graça disso quando era mais novo, vejo que não funciona na prática. Quem tem que dar o exemplo sou eu, e, pelo jeito, o primeiro passo na educação do meu filho será educar a mim mesmo.