Ok, vamos ao assunto principal: desenhos atuais. Acho que podemos dividí-los em dois grupos: os nonsense e os educativos.
Para mim, Bob Esponja é o desenho que delimita a diferença entre o aceitável e o absurdo. Eu, que passei boa parte da infância me divertindo com o canal Cartoon Network, senti um pedaço da minha infância indo embora ao assistir apenas uma hora desse canal na casa de um amigo há alguns meses atrás. Ele foi infestado de desenhos bem caricatos, com personagens exageradamente malucos e que tentam fazer humor única e exclusivamente por fazer caretas, vozes estridentes e piadas sem noção. E isso - na minha concepção - derrete o cérebro das crianças. Eu imitava frases e vozes dos desenhos antigos, comportamento normal na infância. Agora imagine um bando de pimpolhos falando igual a isso:
eLe Eh O hOmEm CoM vOz De GaRoTiiiiiiiiiiiiiNHAAAAA!!! <o>
O segundo grupo é um fator a parte: nada contra desenhos educativos, que incitam o lúdico. Eu mesmo, quando mais novinho, assistia Castelo Rá-Tim-Bum (quem nunca?), entre outros. Mas o que temos hoje é exagero. Tenho uma sobrinha de 5 anos, já fiquei um tempo vendo-a assistir Dora Aventureira, Oomi Zoomi e por aí vai. Só o fato da animação fazer com que a criança fale com a TV já me deixa assustado, pois é quase o atestado que ela tem mais interação com um eletrônico do que com as próprias pessoas ao redor. Aí, acompanhando a estória, dá-se uma noção de um mundo lindo, onde basta fazer tudo cantando (desafinado e sem rimas, por sinal) que tudo acontece maravilhosamente bem. Só que a vida não é assim.
Podem achar que estou exagerando - e devo estar mesmo - mas se você, leitor, tem algum contato no Facebook que tenha 10, 12 anos, e acompanha as postagens dessa pessoa, possivelmente vai concordar comigo que tem alguma coisa errada com essa nova geração. E não me entendam mal, eu sou totalmente a favor de desenhos! Tenho muita pena das crianças de hoje que não tem o advento da TV a Cabo em casa, ou do Netflix, e só tem a Ana Maria Braga e a Fátima Bernardes como companhia para suas divertidas(SQN) manhãs. Mas acredito que essa perseguição aos desenhos antigos, devido a “grau elevado de violência” ou “apologia ao bullying” tenha destruído o sentido de diversão, entretenimento e - até mesmo - senso de realidade dos desenhos atuais, tornando-os uma fábrica de crianças que aprendem a responder a Dora em inglês, mas não sabem sequer atravessar a rua.
A meu ver, a nova geração está sendo educada pela TV ao invés de ser disciplinada pelos pais. As crianças perderam a noção do certo e errado, do comportamento social e da coletividade. A imbecilidade do povo credita essa falta de educação a quem está mais presente na vida da criança: os desenhos. Os pais que tomem vergonha na cara e ensinem seus filhos a serem cidadãos de bem, pois todos os que conheci durante minha infância e que se desvirtuaram do bom caminho era porque tinham problemas dentro de casa, e não porque eram fãs do Pica-pau.
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