quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Your name is tattooed on my heart

Acho muito bonito gente tatuada. Nada de exageros, obviamente, mas tatuagens temáticas - principalmente nas mulheres - normalmente ficam muito elegantes. Contudo, nunca me interessei em fazer uma. Para mim, sempre faltou duas coisas primordiais: 1- ter “corpo” pra isso (baixinho, pançudinho, mirrado e com cara de criança? Não dá, né) e 2- ter um “motivo”.

Tatuagem é algo que, após feita, é algo para carregar pro resto da vida, mesmo gordo, mesmo magro, mesmo enrugado, mesmo pelancudo. Não dá pra voltar atrás - ok, até dá, com aquelas sessões caríssimas de laser, e tal, mas você entendeu. O que eu quero dizer é: fazer uma tatuagem é arcar para sempre com uma escolha sua. Precisa ser muito bem pensada e ter um propósito muito grande, um significado que vai te acompanhar por toda a existência.

Como explicar isso para os futuros netos?

Tem gente que tatua o nome do(a) namorado(a) ou cônjuge. Dizem que é prova de amor. Aí o amor acaba, o cara vira gay, a mulher foge com um ricaço, e a tatuagem fica no corpo para sempre. Não é a melhor escolha, não é mesmo? Outros pensam “vou fazer uma tatoo!” e vão para o estúdio, dar uma olhada em todos os catálogos pra achar um desenho bacana e imortalizá-lo em sua pele (normalmente é uma borboleta). Nada contra, mas será que essa mesma pessoa não deveria pensar duas vezes, imaginar a representatividade da tatuagem na sua vida, e se tal razão deverá ser carregada por ela a vida inteira? Fora que o fator “originalidade” é nota zero. Admito que cheguei em uma época da vida a pensar em tatuar o símbolo da minha banda favorita, afinal na minha cabeça eles sempre seriam sinônimo de boa música. Mas aí lembrei de casos como o Green Day, e desisti.

Vai pra casa, Green Day, ninguém mais gosta de você!

Outro fator importante: definida a tatuagem, é preciso procurar um profissional de confiança, que tenha bala na agulha, senão seu tão sonhado desenho pode virar um incrível borrão por todos os séculos dos séculos em seu tecido epitelial. E claro, o desenho também deve ser bom - não vá mandar um desses desenhistas de muro de creche comandar os traços que irão cicatrizar em cores na cútis do seu ser, ok?


você não vai querer isso na sua pele.

Nem isso.

E da mesma forma como a tatuagem é uma escolha cuja consequência será carregada por toda a vida, gerar um filho também demanda um compromisso vitalício, como já foi dito por mim nesse blog algumas vezes. E por isso, do nada, resolvi tatuar o nome dele no meu braço. Alguns me perguntaram “por que você fez essa tatuagem?”. O mais engraçado é: não sei! Vi uma promoção na internet, pesquisei sobre o estúdio de tatuagem para verificar a qualidade e fui lá. Logo eu, que sempre prezei pela motivação e por pensar 3, 4, 5 vezes antes de tomar uma atitude como essa, fiz uma tatuagem no ímpeto. Acredito que, no fundo, eu sabia que estava seguindo, pelo menos, a mais importante demanda: o motivo. Repito: filho é algo que se carrega por toda a vida, e o significado da tatuagem sempre será o mesmo - é a vida que gerei e da qual serei responsável por boa parte da minha existência. Nada mais justo carregar isso na pele. E é bom ser no braço porque, vai que rola outro filho, né? Aí tem o outro braço pra tatuar também! Agora, se vierem gêmeos, o pau vai comer =X.

A parte divertida é: quem não me conhece e não sabe que tenho um filho poderá perguntar “mas quem é esse?” e poderei responder que na verdade sou gay e esse é o nome do meu boy magia. Vai ser engraçado testemunhar as reações.


Nenhum comentário:

Postar um comentário