sábado, 18 de outubro de 2014

Não deixe o "momoi" morrer

Tenho defendido aqui a importância de viver para o filho, contudo não dá para ser 100%. O casal precisa continuar sendo um casal. Precisam ter seu tempo. É pra isso que servem os avós, as tias, os padrinhos e - embora não goste muito - as babás.


medo.

Conheço um casal que mudou completamente após o nascimento do filho. O tratamento entre eles virou de “amor” e apelidos fofinhos pra “mãe” e “pai”. Não saíram mais com os amigos. Não foram mais sozinhos ao cinema. Não jantaram fora mais. Se tornaram um para o outro exatamente “pai” e “mãe” apenas. Um casal que provavelmente - e aqui eu estou dando o meu pitaco - não se separou ainda por causa do filho. Mas é visível a acomodação.

É necessário lembrar que o motivo pelo qual a criança agora está entre nós é pelo amor e atração que os pais sentem um pelo outro - ou pelo menos deveria ser assim, de acordo com o script. Por isso, por mais dolorido que seja deixar o filho por algumas horas, ou dias - principalmente para as mães - os casais precisam de um tempo só pra eles, seja para almoçar fora, jantar, sair com os amigos, pegar um cinema ou até mesmo uma viagem de fim de semana.

Óbvio, agora no início, é necessário ter muita paciência, afinal o guri ainda é muito dependente do leite materno, logo não é possível se distanciar por mais de três horas, pois ninguém quer vê-lo chorando de fome. A mãe também deve estar muito cansada, já que seu sono de beleza é fatiado em três ou quatro pequenas porções durante a noite. Contudo, é importante - ao menos - ter um planejamento, fazer algo fora da rotina “morocentrista”  - do grego moró(μωρό), que significa “bebê” e kentron(κέντρον), “centro” - para manter vivo o “mor”, o “paixão”, o “cuticuti”, o “xuxuzim” e o “gata”.
minha esposa não gosta quando eu a chamo de "porpeta"

Por isso, recomendo: usem e abusem dos parentes e padrinhos - que quase se matam para ter uma oportunidade de visitar ou até mesmo pegar o bebê no colo. Use-os como alternativa para manter o filhote sob cuidados, enquanto você e seu(ua) parceiro(a) dão uma escapadinha para o jantar, para a pernoite ou para a praia. Até mesmo, pense em como pode ser bom ter uma noite tranquila em casa, pedindo uma pizza e assistindo uma reprise na TV ou um seriado no computador, apenas como casal - e sem intervalos.

haja pipoca!

Não me entendam mal, ainda acho que a vida de um pai é, em suma, prover uma boa vida para seu filho, compartilhar as experiências com ele e estar o mais presente possível. A criança de forma alguma é um fardo a ser carregado pelo casal. Mas, como eu disse mais no início, antes da família ser de 3, 4 ou 5 pessoas, ela começou sendo com apenas duas. E isso não pode ser esquecido.

2 comentários:

  1. Eu ia perguntar o que eh porpeta, mas resolvi consultar o google antes:

    O que é porpeta: Apelido ofensivo para pessoa obesa.

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