sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Mudança de planos

Nosso filho já está tão ligado conosco que quer até fazer as refeições junto com a gente. O que ele não entende é que, por enquanto, fica difícil da minha esposa dar de mamar e jantar ao mesmo tempo.

Agora, com quase 3 meses de experiência (praticamente um estagiário), posso complementar o que já escrevi no texto sobre como é ter o primeiro filho. A nossa rotina mudou drasticamente - o que não é nada mais do que óbvio. Não lembro a última vez que joguei Red Dead Redemption, que pesquisei os horários do cinema ou que pensei “dane-se a janta! Vamos comer fora”. O último filme que assisti junto a minha esposa foi há mais de um mês, e tivemos que assistí-lo em duas partes.


John Marston está com saudades de mim.

Coisas que eram corriqueiras, que faziam parte do nosso dia a dia, que pareciam simples - e as vezes até entediantes - agora se tornaram raridade. A realidade agora é separar nossa agenda e afazeres em blocos de duas ou três horas, contando que no meio existem compromissos marcados - como a hora do banho do guri - e intempéries - como as trocas de fralda. Nas últimas semanas, até o volume da TV começou a ser manipulado com mais frequência, visto que chegou na época das crises de cólica, inclusive atrapalhando nosso sono de vez em quando.

Sabendo de tudo isso, você pode me perguntar “como você aguenta?”, não é? Pois eu respondo: eu sinto durante o dia tanto sono quanto sentia antes do nascimento - o fato dele acordar de vez em quando durante a madrugada não alterou nada. Eu poderia tranquilamente ligar o videogame e jogar - inclusive com ele no meu colo - mas não sinto falta. Netflix tá aí, firme e forte, então pra que gastar com cinema(fora o preço exorbitante da pipoca)? E se rolar aquela vontade de comer algo diferente, sem problemas: Deus criou o delivery para casais como nós!

Já fiz isso.


A rotina mudou, mas não estressou, nem entediou. O simples fato de vê-lo olhando atentamente para mim já me distrai mais do que qualquer atividade. Nos divertimos fácil só com as caretas, sons e poses do bebê - a risada vem ao natural. É quase impossível ter o guri por perto e não querer dar um afago ou um beijo. Não tem uma explicação lógica, é apenas um instinto. Provavelmente o mesmo que te fazer querer amassar um cachorro fofinho ou um filhote de panda.

admita, você quer apertá-lo.


Estamos acostumados a outras formas de lazer - games, filmes, comer fora, caminhar pela praça, Whatsapp - mas essas coisas nada mais são do que distrações, meios de passar o tempo. O bebê nos deu um novo entretenimento, daqueles que você olha o relógio e diz “três horas já, caramba!”, e que de forma alguma é pesaroso. Talvez você - que ainda não é pai ou mãe - leia meu relato e pense “ahhh, bem capaz”. Não te culpo, pois se eu tivesse lido isso é alguns anos atrás, pensaria a mesma coisa.

2 comentários:

  1. tem gente pesquisando pq humanos tem essa atracao por filhotes, bebes e afins. e vc ta certo hahah

    ainda to achando estranho vc chamar ele de guri toda hora haha

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