quinta-feira, 10 de julho de 2014

Givin' the dog a bone

Eu ainda não comentei, mas tenho um cachorro. É provavelmente o cachorro menos ativo do mundo: não gosta de brincar, não gosta de correr pra pegar as coisas, não pede comida quando estou comendo, não destrói nada, não faz sujeira dentro de casa. E o que esse fato tem a ver com o que eu quero expressar nesse texto? Praticamente nada. O que importa é que semana passada apareceu no portão de casa uma outra cachorra, parecida com um labrador, com coleira, mas sem identificação. Ficou perambulando o dia todo pela vizinhança e volta e meia estava novamente na frente do nosso portão. Resolvi tirar fotos para publicar no Facebook e tentar encontrar o dono, e com muito receio de como o meu cachorro reagiria à presença dela, coloquei-a pra dentro. Agora ela está aqui, latindo pros cães da rua, destruindo os jornais e a placa do meu carro,  pentelhando meu cachorro pra brincar e sempre querendo atenção. É uma bebezona ainda, gosta de fazer bagunça e de carinho. E de fazer bagunça de novo.

Por sorte, se não encontrarmos o dono, já temos uma pessoa que quer adotá-la. Contudo, se não encontrasse ninguém, não conseguiria colocá-la na rua de volta. Teria que ficar com ela, mesmo que isso significasse mais custos, mais dor de cabeça, mais stress para tentar ensinar o que é certo e o que é errado e mais esforço para adaptar a casa para mais um membro da família. Mas também significaria que teríamos mais carinho, mais risadas e mais diversão. Impossível não fazer uma analogia com o nosso momento de agora: temos um filho a caminho, que vai - dadas as devidas proporções - dar os mesmos custos, dor de cabeça, stress e demandar o mesmo esforço, mas também trará muito mais benefícios.

Da mesma forma que essa cachorra apareceu do nada, de um dia para o outro, e entrou nas nossas vidas, vejo tantos conhecidos e ouço tantas histórias de pessoas - desde adolescentes até pessoas mais velhas contando de sua juventude - que enfrentaram uma gravidez inesperada. Eu antes ficava pensando “mas como essas pessoas conseguiram se virar? Eu e minha esposa planejamos tanto antes de tentar engravidar, nos preparamos, e ainda assim está um perrengue danado!”, mas agora entendo: quando alguém depende diretamente de você, nada te impede de alcançar o mínimo necessário para ela, independente do esforço que isso demande. Essa é a grande característica de nós, seres humanos: sabemos nos adaptar frente a uma adversidade. Seja ela um cão bobão ou o dever de montar um lar para sua família.

"O que um homem faz? Ele provê sua família"

Um comentário:

  1. Eu fui procurar foto da cadelinha. E achei :)

    Comentarios uteis, tamos aih

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