Eu sempre fui muito mais fã dos heróis da Marvel do que da DC, ou qualquer outra editora de quadrinhos de fantasia. Tenho até hoje uma coleção de 3 ou 4 anos de gibis - infelizmente prejudicada pela enchente de 2004, provocada pelo vazamento da caixa d’água do escritório em que eu trabalhava, e a grande enchente de 2012, graças a um registro quebrado no banheiro. Meu super herói favorito sempre foi o Gambit, dos X-Men, seguido muito de perto pelo Homem Aranha (obs.: se você só os conhece graças aos filmes, não se deixe enganar. Nos quadrinhos é que a mágica acontece).
Quando descobri que teríamos um menino, resolvi postar um nome de brincadeira no Facebook, daqueles estilo “gringo abrasileirado”, vide Madeinusa, Waldisnei ou Lirodiou. Estranhamente o primeiro nome que me veio à mente foi “Bruce Wayne” (vulgo “Batman”, para os mais desinformados). No caso, virou “Brucioêine”. Pegou. E pegou forte. Muitos dos meus amigos me perguntam “e como está o Bruci?”, ou quando compram algum presente falam “esse é do Brucioêine”. Até um body com o símbolo do Batman ele já ganhou.
Engraçado, não? Antes mesmo de nascer o guri já tem uma ligação muito forte com um super-herói que faz parte do universo de quadrinhos rival ao qual eu sempre amei! Isso me faz pensar em quantos gostos contrários nós teremos. Quero que ele torça para o mesmo time que eu (esse é sagrado!), ouça as mesmas músicas que eu, tenha a mesma religião que eu, goste das mesmas comidas, das mesmas piadas, das mesmas brincadeiras, tenha as mesmas paixões… Mas como saber qual o limite entre a influência e a imposição? Como ter certeza que ele gosta de algo porque faz parte dele ou porque eu fiz uma espécie de “lavagem cerebral” durante todo o seu crescimento? Ou ainda: se eu não causasse nenhum tipo de influência, será que ele ainda teria afinidades comigo? Ou o simples fato de eu ser seu pai fará com que os seus gostos sejam parecidos com os meus?
É difícil aceitar o “viva e deixe viver” quando a vida em questão é a do seu filho. mas independente disso, acredito que a maior preocupação que eu devo ter durante todo o “processo” é tentar não influenciar a criança de forma negativa. Nenhum pai em sã consciência tem intenção de ensinar o errado ao filho, a fazê-lo ir contra seus princípios, mas somos humanos, e de vez em quando erramos sem querer. Basta lembrar que a culpa dessa conexão “Filho>Batman” é minha.
pq meu comentario nao aparece?
ResponderExcluirmeu comentario original era:
ResponderExcluireu tive que clicar em Lirodiou pra descobrir o nome original que o inspirou. nao consegui decifrar sozinha!