Desde que soube que seria um menino, combinei com minha esposa que iria comprar um carrinho Hot Wheels por mês, para que ele tenha uma coleção bacana para brincar quando tiver a idade apropriada. Nunca fui muito fã dos carrinhos da Hot Wheels (principalmente aqueles com design estrambólico), mas sempre gostei de miniaturas de carros. Quanto mais caprichadas, melhor. Mas essas são só para admirar, não tem muita graça de brincar. Já os Hot Wheels tem o tamanho perfeito para ser possível criar uma boa pista de corrida em um espaço não necessariamente grande.
tenho que encontrar um desses pra comprar
Quando eu era criança, tinha uma coleção de carrinhos também. Mas era bem mais modesta - tinha apenas um carrinho de metal, que era o meu favorito. Os outros eram de plástico, de tamanhos variados, desde aqueles que você encontra dentro daquela bexiga gigante em festas de criança até os que vem de brinde junto com a maria mole. Tinham alguns também que vinham no Kinder Ovo. Eu, fã de Fórmula 1 desde que aprendi a entender do que isso se tratava, enumerava cada carrinho meu de acordo com os pilotos da temporada e, obviamente, o carrinho de metal era o Ayrton Senna. Eu me trancava no quarto e fazia uma pista no chão usando lápis, dominós, peças de tabuleiro e o que mais tivesse em mãos. Cheguei até a fazer o túnel de Mônaco com um tabuleiro de Ludo. E lá passava a tarde, fazendo um carrinho ou outro bater, forçando ultrapassagens que provavelmente a física não saberia explicar, e no fim, fazendo o Senna ganhar. E eu me divertia.
Teve gente que me questionou “mas essa coleção é para seu filho mesmo ou é para você?”. Posso parecer meio nostálgico ou romântico demais, mas eu gostaria que meu filho passasse seu tempo como eu passava antes. Não se ligasse tanto em Angry Birds, Candy Crush ou nos desenhos derrete-cérebro que existem hoje (ainda vou falar sobre isso noutro dia). Fosse um pouco menos escravo da tecnologia e do entretenimento digital (como eu mesmo sou hoje) e botasse mais a mão na massa para criar, brincar e se divertir. É por isso que comecei essa coleção: para ele ter vários carrinhos interessantes para brincar, e possa escolher o seu próprio favorito para ser o vencedor. Não sou daqueles pais que querem fazer coleções “intocáveis” para os filhos, com medo que quebrem, estraguem, comam uma rodinha ou amassem a lataria - afinal a coleção é sua ou da criança?
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