quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Guia passo a passo: como se aprontar para sair com o bebê

Pense no seguinte cenário: você e sua esposa/namorada/companheira estável estão em casa, entediados, e resolvem sair para comer alguma coisa ou simplesmente passear. É só pegar as chaves do carro, a carteira, fechar a casa e sair, não? Bem, não. Não se você tiver um filho!

O ato de sair de casa quando se tem um filho passa por um processo minucioso, o qual explicarei aqui, a fim de auxiliar novos e futuros pais a alcançar o mais alto escalão do conhecimento paterno. Eis o terceiro guia do blog, o guia passo a passo de como se aprontar para sair com o seu bebê!


1- Troque a fralda do bebê, a fim de diminuir a possibilidade de precisar efetuar uma troca durante o passeio. Mais instruções aqui.



2- Coloque uma roupa que proteja o filho do clima, mas que também o deixe bem a vontade.



3- Leve um casaquinho. Sempre leve um casaquinho.


4- Pegue a bolsa do bebê e insira uma (ou duas) muda(s) de roupa, em caso de acidentes alimentares e/ou escatológicos.


5- Também leve uma quantia razoável de fraldas de boca



6- Coloque itens de alimentação que possam ser necessários (desde bico intermediário e mamadeiras até bolachas e o que mais ele consuma casualmente)



7- Não esqueça dos itens para uma eventual troca de fraldas. Mais instruções aqui.


8- Leve um (ou dois, ou três) brinquedo(s) para ele se distrair no caso de ficar entediado.



9- Leve uma mantinha. Sempre leve uma mantinha.

10- Com a bolsa pronta com apenas o necessário, hora de preparar o carro.



11- Desmonte o carrinho do bebê e coloque no porta-malas em caso de passeio que demande locomoção

12- Coloque o bebê no bebê-conforto ou cadeirinha e prenda-o corretamente ao cinto de segurança


13- Divirta-se!

Espero que essas importantes dicas ajudem num futuro próximo. Meus cumprimentos.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Nenevolução

Tenho um amigo de infância que é aproximadamente 45 minutos mais velho que eu. Éramos bem parceiros, mas com o tempo e mudanças da vida, perdemos contato. Apesar disso, ainda mantemos (raro) contato pelo Facebook, principalmente no dia do nosso aniversário - quando estreitamos novamente nossa amizade. E por que estou contando isso? Porque se eu não fosse prematuro, essa conexão provavelmente jamais existiria.


No meu caso e do meu filho, apertaram o “cancelar” antes do fim

Antes de ter um filho prematuro, minha ideia sobre prematuridade era totalmente diferente. Pelo que entendi de quando me contaram como nasci, era igual um bolo: o médico tirava, percebia que não tava pronto e colocava na encubadora pra terminar de assar. Já hoje percebo várias diferenças.


Ainda bem que não precisam espetar a criança pra saber se já tá pronta!

Meu filho recém fez 6 meses, e esse é um período que o bebê normalmente começa a fazer muitas coisas bacanas: já começa a se manter sentado sozinho, a pegar brinquedos, cabelos e qualquer outra coisa que o atraia, além de interagir mais com as pessoas, usando a fala, movimentos e expressões. Também começam a se alimentar de outras coisas além do leite, como papinhas, frutas, feijoada… Ok, feijoada não. Alguns até começam a ter o primeiro dentinho. Mas meu filho ainda não faz grande parte dessas ações.


Mal posso esperar pra ele começar a comer. Pensando bem, posso sim.

O que muita gente não sabe é que o bebê prematuro, na verdade, tem que evoluir todo o período que ficou fora da barriga - e deveria estar dentro - durante seu primeiro ano e meio. Ou seja: ele completou 6 meses, mas como nasceu de 7,5 meses, ainda tem aproximadamente 4,5 meses na escala evolutiva do desenvolvimento bebezístico. Por isso ele ainda parece menor, mais molinho e menos interessado com o mundo ao redor. Mas isso não significa que ele não esteja crescendo de acordo com o script. Por isso é importante o acompanhamento com um pediatra que já possua alguma experiência com bebês prematuros, pois eles são sim mais delicados e complexos. Com o tempo eles se equiparam ao andamento normal, basta ter paciência.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

The New Generation

Nesse fim de semana foi aniversário do meu sobrinho (9 anos), e como ele mora em outra cidade, viajei para lá para prestigiar. Ele ganhou um Xbox 360 do meu irmão, com Kinect e tudo mais. Já eu, dei um Lego. E esses dois presentes foram os protagonistas do maior contraste em relação a como a nova geração de crianças tem se comportado.

Muitos acreditam que as crianças de hoje são mais inteligentes, já que conseguem mexer nos gadgets e parecem aprender empiricamente as novas tecnologias. Tive um exemplo disso ao ver meu outro sobrinho, de 4 anos, jogando o boliche do Kinect sem ninguém explicar para ele como faz, e também sem saber ler (para poder entender as instruções na tela). Ele simplesmente nos viu jogando e entendeu. Não obstante, foi um dos primeiros a conseguir derrubar os pinos da forma correta.

Reação do guri ao ganhar o video game

Já outra parcela acredita que as crianças estão cada vez mais dispersas, com raciocínio mais lento e - até mesmo - mais burras. Experimentei isso ao tentar ajudar meu sobrinho mais velho a montar o Lego. Desde quando me recordo, brinquei com Lego junto com meus primos - conseguia montar tanto seguindo as instruções quanto criando do zero. Mas meu sobrinho - que é muito inteligente - não conseguiu se virar: não entendeu o manual de instruções, desistia de montar uma peça quando tinha que fazer mais força pra encaixar e facilmente perdia o foco da montagem pra ver o que estava passando na TV.

Não sei por que ele achou tão difícil! Era só um carrinho simples de montar...

Esses 2 episódios me fizeram crer que as crianças não estão nem mais inteligentes, nem mais burras - estão exatamente do mesmo jeito que eu e você éramos na nossa infância. A diferença é a forma que estão sendo incentivadas: hoje é menos quebra-cabeça e blocos de construção e mais deslize de dedos na tela e movimentos rápidos; menos tentativa e erro e mais tutoriais minuciosamente explicativos; menos papel e caneta e mais mouse e teclado. Em outras palavras, atualmente o foco de aprendizado acaba sendo voltado para atividades que não eram comuns na nossa época, e como a curva de aprendizado tende a aumentar com o passar dos anos, o que nós achamos difícil de assimilar - como o funcionamento do Kinect - pode ser (literalmente) brincadeira de criança para os pequeninos. Isso não significa que eles não conseguirão montar um Lego, mas talvez eles demorem mais para entender como funciona esse brinquedo tão neandertal.

Mais ou menos assim que me sinto quando vejo uma criança mexendo no PC

Aí entra a questão mais importante: como trabalhar no meu filho o lúdico na aprendizagem, de forma que não fique tão voltada à tecnologia de hoje, mas que também não faça dele um alienado ao que há de moderno? Tentar incluir as duas formas de aprendizado o fará dominar ambos ou não absorver nenhum corretamente? Parece que voltarei a trabalhar com “tentativa e erro”, o ruim é saber que meu filho é o “objeto” a ser trabalhado.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Uma cama para 3

A saga continua: embora haja o desejo de não deixar o filho dormindo na mesma cama que nós, a prática ainda me parece bem distante. Toda manhã o guri está lá, deitado entre eu e minha esposa, cutucando nossas costelas ou fazendo “cosquinhas” nas nossas mãos enquanto não consegue dormir (sim, ele fica tentando pegar na gente, como que se tentasse chamar nossa atenção).


Retratos da vida real


Não vejo problemas no cenário atual - a não ser quando eu acordo 6h30 para ir trabalhar e ele sorri pra mim como quem diz “eu vou continuar dormindo aqui, haha!” - pois ele ainda é bem novinho, sequer consegue ficar a noite toda sem chorar de fome. Mas minha preocupação ainda é com o fato disso se tornar um costume, e seja difícil retirar com o passar o tempo.


Ok, isso já é exagero!


Existem alguns defensores da “criação com apego” que acreditam que a cama compartilhada é importante para manter a segurança da criança com os pais e também para criar um laço mais forte entre a família. Eu já li a respeito, ponderei sobre todos os pontos, mas cheguei à conclusão que não serve para qualquer um - inclusive para mim. A meu ver, dois pontos cruciais precisam ser levados em conta:  a intimidade do casal e o crescimento individual da criança.


Quem é adepto da cama compartilhada acredita que a intimidade do casal pode ser adquirida em outros momentos além da hora de dormir, em outros cômodos e até mesmo em outros lugares. Contudo, acho importante que ainda existam a posição de conchinha e o cobertor de orelha para os dias frios, pois - para alguns casais - a noite é o único horário que ambos dispõem em suas atarefadas vidas para ficarem um com o outro, e manter a sinergia de casal é um ponto crucial para manter a família de pé.



Quanto à fase da criança, lembro-me que, quando tinha uns 4 anos, seguidamente acordava de madrugada e bandeava para a cama dos meus pais, pois eu via uma silhueta de um homem no corredor e ficava com medo. Não sei se era fantasma, ET, a mulher invisível do Quarteto Fantástico ou simplesmente minha imaginação, mas estava sempre lá. O medo só passou quando fui dormir na casa do meu primo, acordei de madrugada e me assustei com uma máscara pendurada no guardarroupas. O que eu ia fazer ali, já que meus pais não estavam comigo? Para onde correr? Só fechar os olhos não adiantava, então tive que ser homem (com 4 anos) e enfrentar meu medo! Analisei o cenário, percebi que era só uma máscara, me acalmei e voltei a dormir. A partir daquele episódio, se bem me recordo, nunca mais dormi na cama dos meus pais. Talvez (e aqui eu deixo um “talvez” enfático) deixar a criança dormir noite após noite na cama do casal acabe fazendo-a sempre recorrer ao “caminho fácil” quando tiver um problema para enfrentar. Acredito que montar um quarto legal, onde o(a) herdeiro(a) se sinta bem em estar, e sempre apoiá-lo e incentivá-lo a dormir ali possa criar até mesmo uma auto confiança.


Por fim, essa é uma opinião pessoal. Para quem se interessa em ver o outro lado da moeda, há um texto interessante aqui a respeito da cama compartilhada. Considero importante o princípio da criação com apego, tem muita coisa interessante para ser levada em conta, mas nem tudo que reluz é ouro - eu acho.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A ameaça canina

Uma e meia da manhã. Acordo com os latidos ensandecidos dos cachorros - o meu, oficial, e a cadela, temporária. Temendo pelo sono dos anjos do meu filho e da minha esposa, fui ver o que estava acontecendo. Cheguei distribuindo água com a mangueira do jardim para dispersar os cães e olhei pelo portão para encontrar o motivo de tanto desespero canino. Eis que um cachorro, na rua, me vê e vem em direção ao portão. Era um cachorro branco, lindo, possivelmente perdido. Não tinha coleira, mas com certeza não era um dos cães de rua da vizinhança, já que conheço praticamente todos (devido à inimizade que o meu cachorro nutre por eles). Ele me olhava como quem pede ajuda. Eu poderia ignorá-lo e torcer para que fosse embora, ou voltar para dentro de casa, pegar dois potes e colocar água e ração para ele, mas havia chances que isso causasse mais visitas do cão à minha porta e, consequentemente, mais latidos durante a noite, colocando o sono da família em risco. Então, tomei uma decisão drástica: liguei a mangueira contra o cão, para expulsá-lo de perto de casa. Na primeira vez ele resistiu, mas a segunda saraivada de gotículas de água fez o serviço. Enfim, a ameaça havia sido neutralizada. Mas a que preço?


Era parecido com esse aqui


Demorei para conseguir dormir. Sou muito mole quando se trata de animais, principalmente os desamparados. Pra piorar, um tempo depois começou a chover, e fiquei imaginando o que havia acontecido com o pobre cão perdido. Mas aí percebi que atingi mais um ponto na escala evolutiva de ser um pai de família: proteger os meus a todo custo. Pode parecer egoísmo ou prepotência, mas é fato que, quando se atinge o status de pai de família, é preciso ir contra o senso comum de que “somos todos iguais” e estabelecer que os membros da sua família são mais importantes que qualquer outro ser vivo. Você, enquanto detentor de tal responsabilidade, vai manter em seu subconsciente a ideia que seus filhos são melhores e mais importantes que todos os outros filhos, que sua mulher é melhor e mais importante que todas as outras mulheres, e que enfrentará as piores feras - ou cães abandonados - para manter o bem estar deles.


Aí, ó! Todos protegem seus bacuris!


Parece cruel, mas faz todo o sentido biológico: da mesma forma que meu cachorro e a cadela maluca latiam incessantemente contra o outro cão, vendo nele uma ameaça ou invasor do território que eles definem como sendo deles (no caso, a minha casa), nós pendemos a proteger o que é nosso, por mais irracional que pareça. Por isso, sinto muito, cachorrinho-branco-bonito-e-sem coleira-que-pareceu-pedir-arrego-pra-mim, mas naquele momento eu fiz uma escolha, e escolhi  garantir o sono tranquilo da minha família. Espero que você possa me perdoar.

domingo, 4 de janeiro de 2015

OOO EEE AAAAAAA♫

Parece que o guri tá afim de aprender a falar. Há quase um mês ele começou com uns “UH!”, parecendo uma corujinha. Aí eu comecei a imitá-lo, e ele descobriu que podia me responder. Eis que virou um coral de corujas: ele fazia um “UH!” e eu respondia com um “OW!”, e por aí vai. Dali umas semanas, descobriu que não precisava só fazer bico, mas que podia emitir sons com a boca aberta, e também mudar os sons mesmo quando ele já está saindo. Assim, ele aprendeu quase todas as vogais - ainda falta o ”i” - e, de vez em quando, uns NH, G e M. Agora ele já tem capacidade para cantar o tema de abertura da Copa do Mundo.

Gooool da Alemanha!

Ele fica muito feliz por conseguir fazer barulhos: abana os braços, mexe as pernas e se empolga de um jeito que consigo imaginar Carruagem de Fogo tocando ao fundo. E é melhor você respondê-lo, senão ele fica bravo! O mais divertido é ver o esforço descomunal que ele faz para soltar esses sons: se concentra, bota os lábios pra dentro ou faz bico e começa a fazer ”HMMMMMMMMMMMMM” até finalmente sair o som com a boca aberta. Às vezes ele começa a falar enquanto chora, como se estivesse argumentando o motivo pelo qual a choradeira está a rolar.



Mas pai... A vida não é fácil!

O ápice foi na semana passada: ele (nos) acordou falando. Duas vezes. Quando o deixamos sozinho no carrinho de bebê ou deitado em algum lugar, ele começa a reclamar da nossa ausência, com todas as letras que já consegue pronunciar. Nesses dias também o flagrei “cantando” AC/DC (parece que meu pedido foi atendido) no carro.

Yeah!

Fico imaginando como vai ser quando ele finalmente falar de verdade (em inglês ou não), pois se ele está tão tagarela e exigente agora, daqui a uns anos deverei ter em casa um exímio comunicador. Eu falava demais quando era criança e minha esposa também adora falar pelos cotovelos. Realmente, parece que a fruta nunca cai longe do pé!