segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Ainda tem alguém ai?


Alô? Alguém aí? Bem, ao contrário do que possam ter pensado aqueles que notaram a inatividade do blog nos últimos meses, eu não fui abduzido por alienígenas. Também não fui recrutado por uma agência secreta para virar um espião de elite, tampouco ganhei na Mega-Sena e fui morar em Mônaco, numa cobertura de frente para a Sainte-Dévote.

Mônaco parece um lugar bacaninha pra morar

No último texto, informei que meu filho passou o aniversário dentro do hospital. Bem, a saga do hospital, na verdade, durou até o início de Agosto, por conta de uma complicação ocorrida após a cirurgia para reparar a laringe do pequeno: ele teve duas paradas cardiorrespiratórias e, por consequência, sofreu lesões cerebrais, que impactaram severamente nos movimentos dos braços, das pernas e também em sua visão, além de constantes convulsões. Por semanas, ele se tornou um “recém nascido”, sem quase se mover, sem conseguir firmar pescoço, costas e membros. Mal interagia conosco. Como a proposta desse blog, acima de relatar o dia a dia de um pai com seu filho, é relatar o dia a dia de um pai com seu filho utilizando o bom humor, resolvi dar um tempo, já que - como podem imaginar -, meu humor estava um tanto quanto abalado.

Mais deprimido que o Ben Affleck falando de Batman v Superman

Mas se eu estou escrevendo aqui agora, é porque as coisas melhoraram, certo? Certo! O guri teve uma evolução incrível, chamada de “milagre” algumas vezes por uma das neurologistas que o atendeu. Foram mais de 3 meses de luta, choros e risadas, com muitos tratamentos, muitos sustos e muitas comemorações, e hoje posso dizer que, se ele não está 100%, está cerca de 92,3% recuperado de todas as enfermidades.

Rumo aos 100%!!!

Quem acompanha mais assiduamente esse pequeno sítio eletrônico na rede mundial de computadores sabe que sempre me questionei sobre o motivo de ter criado o Um Ser Pai. Agora, penso que sei a resposta: para mostrar ao mundo (ou para os fiéis 1500 seres que curtem a página no Facebook e para quem eles quiserem compartilhar essa história) que milagres existem, basta ter fé e apoio de todos que nos querem bem. Nesses últimos 3 meses, conseguimos junto a amigos e parentes (e amigos de parentes) uma corrente enorme de orações e vibrações positivas que tenho certeza que foi primordial para a recuperação do pequeno, afinal os próprios profissionais da área médica se surpreenderam com a evolução apresentada - enquanto o primeiro eletroencefalograma, feito após o ocorrido, indicou várias e várias lesões em todos os pontos do cérebro do pequeno, o último, feito semana passada, tem como resumo do laudo “dentro dos limites da normalidade para a idade”. Você, leitor, talvez não seja religioso, não creia num dogma de fé, não acredite em uma força superior e até ache que tudo isso que estou escrevendo é besteira, mas quero deixar aqui, registrado, que fomos parte de uma experiência traumática que terminou excedendo todas as expectativas de melhora, e nesse cenário é difícil não crer que houve uma “ajuda externa”. Chame de Deus, de Jesus, de Santo Inácio de Antioquia, de Oxalá, de Odin, de Mestra Suprema da Força que Rege a Vida, do que quiser. Diga que “Ele” ajudou os médicos a saberem como agir e qual tratamento indicar, que “Ele” apontou para nós qual profissional procurar ou que “Ele” trabalhou diretamente no corpo do nosso filho para recuperá-lo. Não importa como você prefira explicar (ou tentar explicar) o que nos levou a ter nosso filho de um estado semi-vegetativo a uma criança saudável e “comum”, mas acredite em mim: foi algo sobrenatural. Eu, particularmente, creio que foi obra de Deus.

Há quem ache que milagres são instantâneos, que um curandeiro vai dizer ao manco “levanta-te e anda” e ele sairá saltitante. Pois eu te digo que milagres são feitos com calma, com esmero, como uma escultura de barro. Sei disso porque vivenciei um nos últimos 3 meses. Na verdade, tenho vivenciado um há mais de dois anos, quando vi, pela primeira vez, o meu filho!

Agora posso dizer, com toda a certeza, que os dias de cão terminaram!