domingo, 27 de setembro de 2015

Interação com crianças


Nessa semana estava no consultório médico, esperando meu filho ser atendido. De repente, um menino, de uns 2 anos, olhou para mim e - por algum motivo - achou que eu seria o seu novo melhor amigo. Ele balbuciava algo que eu não entendia, apontava para algumas coisas aleatórias e ficava me encarando, esperando que eu fizesse alguma coisa legal. Eu, como sempre, não soube como lidar com a situação.

Às vezes eles se assustam, não sei por que...


A verdade é que eu não sei como lidar com crianças. Eu tenho sobrinhos - de várias idades diferentes - e não sei agir direito com nenhum deles. Claro, também não ignoro a criança, e até tento interagir, mas sempre tenho certeza que ela fica pensando “errr, mas que cara idiota!”.

Já fizeram isso pra mim... =(


O mais estranho é que, independente disso (“isso” sendo minha total falta de noção junto a uma boa pitada de auto-estima baixa), sei exatamente como me portar com meu filho. Sei como brincar, como acalmar e até como fazer dormir, mas não consigo replicar isso com nenhum outro infante.

Não entendo como as outras crianças ainda não aprenderam xadrez...


Fico pensando em quem fala “ah, eu adoro brincar com crianças! Vou ser um ótimo pai!” ou “você tem jeito com crianças, vai ser um ótimo pai!” e imagino como é que estou conseguindo manter a minha nota 7 na escala Bom Pai. Sou a prova viva que uma coisa não está diretamente ligada à outra, e o mais irônico de tudo é que, normalmente, a garotada tende a gostar de mim, mesmo eu mal conseguindo suprir suas expectativas de diversão. Deve ser minha cara de criança.

"ninguém vai suspeitar..."


Então, fica aí o ensinamento: mesmo que você, futuro pai ou mãe, ache que não tem jeito com criança e, por isso, não deveria ter filhos, não se preocupe: alguma mágica da Mãe Natureza vai fazer com que você saiba exatamente como agir com seu rebento - pelo menos com ele. Sou a prova viva disso!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Vivendo e aprendendo


Talvez a coisa mais legal de criar uma criança é poder acompanhar a forma como aprendem as coisas, independente de ser algo fantástico ou completamente irrisório.
Há umas duas semanas meu filho aprendeu a mandar beijo - mas agora já percebeu o quão valioso é isso, por isso só os distribui em raríssimas ocasiões. Mas a forma como ele estuda os movimentos que você faz para ele e tenta reproduzir pode parecer simples e intuitivo para nós, mas pense como é ter apenas 1 ano de vida e um mundo inteiro para desbravar.

Gênio.

Além disso, cada criança tem seu próprio tempo e facilidade/dificuldade para descobrir como fazer os movimentos e manipulações. Tive a oportunidade num desses fins de semana de interagir com mais dois bebês com idade muito próxima do meu, e cada um tinha uma peripécia diferente que fazia os outros babarem: enquanto um já cumprimentava fazendo “toca aqui” e “fist bump”, outro assoprou a própria vela de aniversário, e o meu batia palmas assim que falavam “parabéns”.

Tá, esses são um pouquinho mais evoluídos

Há também os “quase aprendizados”, onde o bebê responde do jeito que consegue. O guri ainda não sabe direito a diferença entre bater palmas e dar tchau, então não se sinta mal se ele bater palmas quando você for embora - ele não está comemorando (acho). Também acha o máximo ver que há dois pais no mesmo recinto, além de um bebê qualquer quando eu levo ele para frente do espelho - talvez ele pense que vá ganhar o dobro de Hot Wheels (um de cada pai). Por fim, tudo que ele pega, vai direto para a boca - brinquedos, celular, controle remoto, papel, etc. Ironicamente, a única exceção é comida - com essa ele brinca, mexe e tenta entender o que é.

Brincar no espelho é sempre divertido

Normalmente há muita comoção quando a prole começa a andar, ou falar “mamãe”, ou passar no vestibular, e essas pequenas coisas acabam passando despercebidas. Já eu acho que é no simples que  está a mágica.


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Eles só pensam naquilo!


O texto a seguir não é recomendado a menores de 18 anos. Se você é menor de idade e caiu aqui acidentalmente ou porque esperava um texto com imagens divertidas, sugiro fechar o navegador ou clicar aqui.


Pois bem: partindo do pressuposto que o leitor já sabe como bebês são feitos (já fez um ou pelo menos já iniciou as aulas práticas), posso continuar. Quero me dirigir a você, pai ou futuro pai, que tem receio de perder o parque de diversões depois que o filho vier. Talvez essa preocupação não seja tão comum para as mulheres quanto para os homens, mas já é cientificamente comprovado que basta um estímulo visual (desde um belo decote até qualquer episódio de Game of Thrones) para que o homem seja biologicamente incitado ao sexo. Já a mulher é diferente, é muito mais relacionado a sentimento, vontade, clima, sensibilidade, toque, fase da lua, temperatura ambiente, horóscopo do dia, velocidade do vento, posição de Saturno em relação ao Sol e outros pormenores.

Sexista? Imagina!

Quando disse a um amigo que minha esposa estava esperando um filho, ele disse “espero que tenha aproveitado bem, pois agora sexo nunca mais!”. Assim como o Julio César, eu achei ofensivo, mas deixei passar.

Virou passeio!

Durante a gravidez, é importante ter em mente que é um momento de muitas mudanças para o organismo da mulher - então, enquanto algumas se tornam totalmente taradas, outras perdem totalmente a vontade. Logo, os 9 meses de gestação são uma loteria e não há ciência exata para definir se a futura mãe do seu filho incorporará os 50 Tons de Cinza ou os 7 Anos no Tibet.


Após o nascimento a loteria é a mesma: algumas mulheres sentem a tal da “depressão pós-parto”, outras acabam sentindo necessidade de se dedicar totalmente à criança, e há as que querem logo voltar para a ativa. Comigo foi complicado, pois quem sabe ou já leu como foi o período após o nascimento do meu filho, sabe que minha esposa teve que se recuperar aos poucos. Logo, sem diversão para o casal. Até cheguei a me acostumar a agir como um ser assexuado. Mas graças a Deus a vida voltou ao normal depois de uns meses.

Como me senti durante aquele período

Agora, com mais de 1 ano de filho, posso dizer com certeza que esse papo de “nunca mais” é mito. Realmente, não é (e nunca será) igual a antes, e é bom ter isso em mente. Lembre-se que há uma pessoa a mais na casa, que tem horários, necessidades e que às vezes vai interromper vocês bem na hora do rala e rola. E para que nada disso atrapalhe a relação homem x mulher é que é importante o casal aproveitar sempre que possível os horários de recreio que tiverem.

Por isso, pais, paciência durante esse período de transição. Mães, externem para seus companheiros como estão se sentindo, para que eles possam ter mais compreensão e menos frustração. Filhos, o que vocês estão fazendo lendo isso aqui??? Eu falei para clicarem no vídeo lá em cima!!!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Bebê x Criança crescida


Ao ter a possibilidade de conviver com um bebê (aka meu filho) e com crianças de mais idade (sobrinhos) mais ou menos ao mesmo tempo, é possível traçar um paralelo entre atitudes que ambos tomam, mas que causam reações totalmente diferentes por parte dos espectadores (pais). Seguem alguns exemplos:


  • Arroto
    • Bebê: “ah, que bonitinho! Fez coqui, fez?”
    • Criança: “Que falta de respeito, moleque! Tapa essa boca!”



  • Sujo de comida
    • Bebê: “Que delícia de bebê, todo lambuzado!”
    • Criança: “Vai lavar essa cara, criatura!”


  • Xixi na calça:
    • Bebê: “Vuxê encheu essa fraldinha, encheu é?”
    • Criança: “Aí, ó! Todo mijado! Não falei pra avisar quando quisesse ir ao banheiro?”
"Mijar ou não mijar? Eis a questão."



  • Derrubou algo no chão:
    • Bebê: “Opa! Caiu!”
    • Criança: “Vou descontar da tua mesada, estrupício!”
Eita, Giovana!

  • Caiu no chão:
    • Bebê: *todos correm pra acudir*
    • Criança: “Isso! Fica correndo dentro de casa! Bem feito! Eu avisei!”


É errado rir disso?

  • Chorando:
    • Bebê: *todos correm pra acudir*
    • Criança: “Cala esse bico, pentelho!”


"Ele vai chorar! Alguém faça alguma coisa!"

  • Berrando:
    • Bebê: *todos correm pra acudir*
    • Criança: “Grita assim mais uma vez e vai engolir os dentes!”


EU QUEROOOOOOOOOO!

  • Puxando o cabelo:
    • Bebê: “Aiaiai! Que forte que ele é!”
    • Criança: puxa o cabelo da criança  e ainda fala “Viu como é bom???”

Quem convive com criança sabe como essa é uma sensação agradável


  • Descalço:
    • Bebê: “Ai que pé gordinho! Que vontade de morder!”
    • Criança: “Vai por uma meia pra não pegar friagem, guri!”

NHAC

  • Comendo terra:
    • Bebê: “Ui, não come isso! É cacaca!”
    • Criança: “Deve tá com vermes essa desgraça!”


Bebês têm que aproveitar e fazer tudo o quanto é arte enquanto tem esse período de carta branca, porque depois é só puxão de orelha.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Cabelo, cabeleira...


Nesse fim de semana levei o guri - com pesar - para seu primeiro corte de cabelo. “Mas por que com pesar?”, você pode me perguntar. Bem, esse é um dos casos de “pai que quer realizar seus desejos através do filho”.

Durante minha adolescência/início da maioridade, eu queria ter cabelo comprido. Cheguei a conversar com vários cabelereiros pra entender como que poderia fazer isso, já que tenho muito cabelo, e isso ocasionava um crescimento uniforme, também conhecido como “cabelo de Playmobil” ou “capacete de motoqueiro de Harley”.

Definição: aquele cabelo que cresce pra cima e pros lados, mas raramente vai pra baixo

Como era muito custoso deixar o cabelo crescer sem parecer um mini-craque, aliado à minha já existente baixa autoestima, desisti do sonho. Mas ao ver meu filho, com 13 meses de cabeleira crescida, com os mullets já passando da altura do ombro, era como se o sucesso fosse meu. Todos ficavam encantados com a vasta cabeleira do moleque, até que um dia uma certa pessoa disse que ele parecia um filho de beduíno. Não sabia o que era e fui pesquisar. Então, decidi cortar.

Pra quem tá curioso: essas são crianças beduínas

Mentira, o problema na verdade foi que os cabelos já estavam atrapalhando na hora de prender a traqueostomia no pescoço (puxa daqui, levanta dali, etc). Aí, enfim, levamos ele para cortar as madeixas. Agora ele está com corte de “homenzinho”, que revelou exatamente os mesmos imensos redemoinhos que eu tenho. Ou seja - provavelmente ele terá os mesmos problemas se quiser deixar o cabelo crescer quando for mais velho. Pra variar, mais uma prova que eu só passei pra ele os genes ruins.

cabelo recém cortado X cabelo ao acordar

Essa é uma questão intrigante: quando é o momento certo pra levar o filho pra cortar o cabelo? Tem gente que diz que não deve ir muito cedo, que atrapalha o crescimento da cabeleira depois. Outros dizem que se deixar sem cortar por mais de um ano torna os cabelos fracos e sensíveis. Na minha opinião, a hora de cortar é quando disserem que ele está parecendo um filho de beduíno - a não ser que realmente seja um filho de beduíno, aí tá tudo bem.