segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Curtinha (não tão curtinha) #7


Apesar de fazer mais de um mês do aniversário do guri, achei que seria interessante deixar esse relato. Um dia antes da festinha, fomos à uma formatura. O pequenote ficou com minha mãe e eu e minha esposa pegamos um Uber rumo à cerimônia dos novos médicos do ano de 2017. Como esperado em qualquer formatura em que não é preciso dirigir depois, injetamos uma quantidade não recomendável de álcool em nossos corpos e, além de tudo, perdemos a hora. Lembro-me que eram 4 da manhã quando entramos em casa. Às 9h deveríamos começar os preparativos da festa porque, pobre que somos, decidimos alugar apenas a decoração, mas fazer a montagem por conta própria. Dois Engovs, um Epocler, baldes de café e injeções de adrenalina e açúcar depois, estávamos lá, no salão de festas, enchendo bexigas, montando caixas de ponta cabeça e olhando para o relógio a cada 5 minutos para ter certeza que daria tempo. No meio de tudo isso, ainda tinha que ir buscar os comes e bebes da festa, encomendados e prontos para pegar às 11h30. Para finalizar, ainda teríamos que almoçar, afinal “saco vazio não pára em pé”, certo? Ah, e seria bom também tomar um bom banho, se arrumar, arrumar o crianço e estar com a cara minimamente decente antes das 16h, quando a festa começaria. Com muito esforço, suor e lágrimas, tudo ficou pronto exatamente às 15h30. A festa ocorreu tranquilamente.

E o que quero expor com tudo isso? Duas coisas:

1- quando é algo para o seu filho, você se esforça ao máximo. Se esforça de uma forma que você nunca se esforçaria para fazer algo a si mesmo. O corpo pedia um domingo preguiçoso, sentado no sofá, assistindo Temperatura Máxima, mas o papel de pai e mãe falou mais alto.

2- se você tem uma formatura ou algum outro evento que vá exaurir sua força vital e mental, NÃO MARQUE a festinha do seu filho para o dia seguinte. Vai por mim.


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Um dia de pai


Ontem foi Dia dos Pais. Acordei, fiz meu café e fui interrompido durante a refeição porque meu filho acordou. Fui até seu quarto, troquei a fralda, escolhi uma roupa de acordo com meu gosto (que normalmente é o oposto do gosto da minha esposa) e já o arrumei porque iríamos sair de casa logo. Fiz sua mamadeira. Terminei meu café. Me troquei rápido e, quando voltei para a sala, o guri estava com um copo de vidro na boca, fazendo barulhos dentro dele e rindo com o som. Tirei o copo de perto. Coloquei o tênis nele. Coloquei o tênis em mim. Saí de casa com ele para almoçar com meu pai. Dei almoço para ele antes de eu almoçar. Ele dormiu no trajeto de volta. Tirei ele do carro, com chuva, um guarda-chuvas pendurado entre o ombro e o pescoço e muita dificuldade para tentar não fazê-lo acordar. Ele acordou. Troquei ele novamente e dei um lanche. Brincamos de fazer careta. Dei banho nele. Dei janta para ele. Saímos de volta para outro compromisso. Na volta, o coloquei para dormir, não antes de colocar o pijama e dar remédio. Ele dormiu.

Devia ter feito isso pra ele não pegar o copo


E assim foi meu Dia dos Pais. Um dia como qualquer outro de um pai que assume a responsabilidade de cuidar de um filho. Não teve almoço especial para mim, não teve café na cama, não teve presente, não teve apresentação da escola e nem bilhetinho escrito à mão com erros ortográficos. E quer saber? Nada disso fez falta.

Ele ainda não brinca de Lego, mas quando brincar,
vai ficar ainda mais fácil passar o dia com ele.


Quando criança, minha cabeça dizia que o Dia dos Pais era um dia em que você deveria se dedicar ao seu pai. Tentava juntar dinheiro para comprar qualquer coisinha para presentear o velho. Eu e meu irmão fazíamos café (ruim) para dar na cama para ele. Íamos almoçar com ele na nossa avó. “Vai almoçar com seu pai que vou almoçar com meu pai”, lembro da minha mãe dizer. Lá, almoçávamos, tomávamos café, assistíamos a algum filme, mas o que menos fazíamos era passar um tempo com nosso pai (que normalmente ficava na companhia dos nossos tios). Mas o importante para nós era que ele soubesse que estávamos lá por causa dele.

Definição gráfica de um bom Dia dos Pais


Mas qual o verdadeiro significado do Dia dos Pais? Talvez sirva como lembrete de que se deve gastar um pouco de tempo com seu pai, ou então só uma desculpa do comércio para vender alguma coisa no hiato entre Páscoa e Natal. Quem sabe, serve para “homenagear aquela figura que sempre esteve ao seu lado”, mesmo que muitos pais não façam isso pelos seus filhos. Depois de virar pai, descobri que o Dia dos Pais é apenas um dia comum. Um dia em que você deve exercer sua paternidade — como todos os outros. Então, a dica que deixo é: faça valer seu papel de pai para que, no futuro, você mereça cada apresentação de escola, café da manhã, presente, bilhete escrito à mão e, principalmente, ser chamado de forma orgulhosa de “pai”.

Feliz Dia dos Pais!

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Sobrevivemos a Julho!


Amigos seguidores do Um Ser Pai, regozijai! Passamos pelo mês de Julho sem nenhuma intercorrência que nos levasse ao (ou deixasse internado no) hospital!


Aeeeeeeeeee!!!


Talvez você, leitor, esteja achando estranho essa felicidade toda, sem entender a relação entre “hospital” e “mês de Julho”. A verdade é que, nos últimos 3 anos, passamos o mês sete vivendo em diferentes quartos de hospital por questões variadas:


  • 2014: pouco tempo após o famigerado 7x1, numa quinta-feira tempestuosa, fizemos uma via-crucis de hospital em hospital até internarem minha esposa para um parto às pressas. Aí foi UTI Neo-Natal pra um, UTI normal pra outra e eu correndo entre uma e outra para visitar os membros da família. Relato completo aqui.
  • 2015: uma suposta laringite no pequeno evoluiu para um quadro que os médicos não souberam definir o que era e resultou em muitos dias no hospital pediátrico e uma traqueostomia. Saímos 2 dias antes do guri completar 1 ano de vida. Relato completo aqui e aqui.
  • 2016: enfim, a retirada da traqueostomia! Cirurgia bem-sucedida, pós-operatório nem tanto - uma intercorrência e os piores dias de nossas vidas se prolongaram por 40 dias. Relato completo aqui.

É muita coisa, viu


Admito que, por mais que não seja supersticioso, temi por cada espirro e cada tossida que o guri deu durante todo esse mês. A preparação para a festinha de 3 anos me deixou preocupado por dias, pensando “será que dessa vez vamos conseguir fazer a festa sem sustos?”. Mas parece que a vida finalmente nos deu uma folga e nos deixou curtir os momentos importantes. O guri está bem, a mãe está bem, o pai está bem, a família está bem.

Tudo bem!!!


As sequelas (literalmente falando) dos problemas de Julho dos últimos 3 anos ainda estão presentes em nosso dia-a-dia, mas felizmente estão cada vez menores, nos dando esperança que os próximos Julhos, Agostos e Setembros serão mais tranquilos e alegres. Até ano que vem, Julho!