segunda-feira, 13 de abril de 2015

Bife com batata frita

Continuando a série de textos, hoje falarei sobre a alimentação da criança. Não sei quantas vezes já ouvi pais e mães dizendo que o filho não gosta de feijão, não gosta de carne de porco, não gosta de alface, e por aí vai. Por isso, servem sempre o mesmo tipo de comida (como o artigo, que dá exemplo de macarrão, bife e batata frita). Pior ainda: tem os que levam o filho para almoçar num Mc Donalds da vida, ou então que dá uma bolacha recheada ou um Doritos pra criança comer depois do almoço porque, como não comeu muito, vai ficar com fome. Sinto lhes dizer, mas provavelmente estão criando um futuro Nhonho.


“Olha ele! Olha ele! Olha ele!”


Quando eu era criança, não tinha muita opção de salada no dia a dia. Por isso, não era uma criança do tipo que comia muitas verduras ou legumes (embora adorasse uma sopa de legumes que minha vó fazia). Fui pegar gosto por salada só quando já tinha mais idade, mas o outro quesito - o de dar bobagens para comer - nunca foi uma regra em casa. Meus pais não eram de comprar salgadinhos, bolachas e afins, e sempre comíamos a mesma comida, sem frescuras (a não ser quando era fígado. ECA, fígado). O problema é quando eu ia para a casa dos avós, ou meus tios me levavam para sair, pois aí era sanduíche, bolacha, salgadinhos e tudo o que uma criança ama, mas deveria consumir pouco. Então, na minha cabeça, ficou bem explícito: comer porcaria é um prazer, mas não deve ser a base da alimentação.


ECA.


Aqui em casa eu suponho que teremos um problema mais além: enquanto minha esposa quer que o nosso guri esteja aquém de refrigerantes, bolachas e salgadinhos, além de lanches gordurosos e afins, eu acredito que uma hora ou outra ele vai acabar sendo apresentado a tudo isso, seja pelos tios, pelos colegas da escola ou na casa de um amiguinho - e por isso não adianta tentar deixá-lo sem conhecer a porcariada. Aqui em casa raramente consumimos refrigerantes e comidinhas industrializadas, mas de vez em quando nos damos ao luxo, e acredito que esse é o caminho: comer de tudo, mas priorizar o que faz bem. O sonho, claro, é que o meu filho faça igual a meu sobrinho: quando ele tinha mais ou menos 5 anos, levei uma pizza para a casa deles e, assim que abri a caixa, ele exclamou “pô, tio! Cadê o brócolis?”.


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