Curtinha #5
Fomos ao shopping no sábado. De acordo com o sorteio promovido de forma totalmente autoritária transparente pela minha esposa, eu usaria o sling (se você não sabe o que é, clique aqui) e carregaria o rebento. Nenhum problema, afinal prefiro carregar ele do que a bolsa da sua progenitora. Olhares curiosos e comentários em off eram comuns e até esperados, nada que me incomodasse. Contudo, em um determinado momento da jornada capitalista adentro dos corredores opressivos que gritavam “COMPREM! GASTEM! REGOZIJEM-SE COM INUTILIDADES!”, resolvo comprar uma calça jeans. Deixo o guri com a mãe e entro na loja, com o sling ainda repousando no meu corpo como um kimono de alguma dinastia oriental da primeira década de séculos. A vendedora acha esquisito. O cara que estava comprando bermudas acha esquisito. A menina que estava sentada à frente dos provadores, com sua mãe, acha esquisito. “O que é isso, mãe?” - pergunta ela, baixinho, como se eu não pudesse escutar. “Deve ser o que os jovens usam hoje” (ou algo parecido), responde a mãe. Ela quase acertou - são os pais que usam, mas serve para carregar os jovens.
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