terça-feira, 28 de março de 2017

Pai que quer ser pai e não é pai


Um amigo meu que conheço há quase 10 anos sempre me falou da vontade de ser pai. “Deve ser muito massa ter uma criancinha que é sua e que você vai ter que criar”, dizia ele. Quase 10 anos depois, esse mesmo amigo já namorou várias garotas, se engatou firme com duas ou três mas, no fim, quando a coisa começava a ficar séria demais, pulava fora. Outro amigo não necessariamente exprimiu essa vontade com todas as letras, mas já está com a terceira namorada que tem filho pequeno, e curte quando o programa entre eles é mais “familiar”.

A meu ver, ambos sofrem da mesma síndrome, cientificamente conhecida (e inventada por mim) como “Síndrome do pai que quer ser pai e não é pai”. Enquanto há vários amigos meus que batem o pé e falam que não querem ter filhos, esses dois exemplos são um grato respiro à continuidade da raça humana. Nada contra quem não quer fazer a aquisição de seu próprio bacuri, inclusive creio que existem pessoas que realmente não nasceram com o dom da paternidade ou da maternidade - e isso de forma alguma é algo ruim. Alguns nascem com o dom da música, outros com o dom de falar em público e outros com o dom de criar crianças.

Exemplo prático desse desejo latente

É interessante observar esses dois casos porque é possível perceber que ter um filho ou filha não passa simplesmente pelo ato biológico da reprodução, 9 meses e *PÁ!*, criança no colo - ter um filho habitualmente significa formar uma família, aprender a conviver com outra pessoa no dia a dia, aceitar seus defeitos, amar suas semelhanças, saber que, mesmo que você não goste de café, vai precisar comprar um pacote quando for ao mercado, ou que pra você ter companhia pra assistir o filme dos Vingadores vai precisar primeiro acompanhar a mesma companhia em duas horas de La La Land. Embora existam pais e mães solteiros, inseminação artificial, adoção e tantas outras formas de construção de um relacionamento pai/mãe x filho/filha, o mais comum passa por um pai, uma mãe e a criança, gerada por ambos.

A medicina ainda não evoluiu para tanto, mas quem sabe um dia?

O dom da paternidade latente nesses dois amigos - e sabe-se lá em quantas pessoas mais que eu possa conhecer - talvez seja o estopim que transforma o menino em homem. Jovens seres humanos do sexo masculino normalmente só pensam em “curtir a vida” e tentam fugir de relacionamentos sérios assim como o Cascão foge da água, contudo esse “clique” pode ser o início da mudança de pensamento, quando ele começa a pensar “talvez seja legal formar uma família”.

Essa família é muito unida...♫

Não é fácil cuidar de criança. Não é fácil conviver dia a dia com outra pessoa. Mas pô, é legal formar uma família.

Nenhum comentário:

Postar um comentário